Muito interessante a premissa da terceira temporada de Fringe

Muito interessante, mesmo, esta premissa da terceira temporada de Fringe, a duplicidade.

Se a primeira temporada introduz os eventos que levam à criação da Divisão Fringe - de cotidianos a grandiosos - e os variados graus de repercussão dessas ações no nosso universo; a segunda nos cooptou a acreditar de cara no conceito improvável (no sentido televisivo) da existência de um outro universo. Já a temporada atual, a terceira, simplesmente mistura estes dois universos, o nosso e o “deles”, e de maneira genial - com direito a troca de Olivias, dois Walteres e que tais.

Espécie de “William Wilson” do inferno, a história mistura universos, personagens, histórias e confrontos, abrindo um leque de possibilidades criativas raramente visto na tevê ou no cinema, em que pese o incremento em qualidade obtido pela primeira na última década, em especial nos EUA. A co-oncorrência histórica – “X-Files” e “Lost” – é inequívoca, e Fringe não sai perdendo: apresenta de novas teorias que já invadem o cotidiano, como as redes neurais a apelações nonsense emplumadas de charme, numa linha que a inspiradora perdeu ao trocar a multiplicidade de temas pela novela-teoria (da conspiração). Fringe não, cada mistério apresentado pode ou não ter algo a ver com o multiverso, e o repertório de franja-ciência parece inesgotável. Ao mesmo tempo, a trama bem urdida ao longo de dois anos de show, construída através de uma tessitura paciente, coesa e coerente – apesar dos exageros ocasionais - encontra eco e sentido, sugerindo até certo rigor narrativo.

Clap, clap. Tô vendo pela web, não agüento esperar o cabo.

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