Resenha da carta "como escolher os amigos" de Sêneca

Sêneca começa a carta dizendo “Mas se tu vês um homem como amigo sem teres nele confiança quanto em ti mesmo, tu te enganas muito e só tens uma vaga ideia do valor da verdadeira amizade”. Sêneca assim começa para nos dizer da banalidade que se transformou a palavra “amigo”. A amizade requer confiança, requer que antes de transformamos o outro em amigo, será preciso um julgamento se vale a pena a criação desta amizade ou não. O julgamento deve vim primeiro, mas com a banalidade da palavra amigo, damos primeiro a amizade a outro e depois julgamos se vale a pena ou não ser amigo de tal pessoa.

É um dever uma reflexão para decidir se alguém é nosso amigo ou não, depois disso, ao decidimos que é, devemos fazê-lo de todo coração, devemos amar esse amigo como amamos a nós mesmos, devemos confiar nele como confiamos em nós mesmos, devemos entregar nossa plena intimidade para ele, amando-o do fundo do coração como ama a si mesmo.

Outra consequência dessa banalidade da amizade se deve ao seguinte fato: nós nos precipitamos e colocamos a amizade na frente do julgamento e isso nos leva a desconfiar daquele que chamamos de amigos. Ao desconfiar desse amigo damos uma certa razão para que ele nos engane e nos traia. Uma consequência atrás de consequência: ao por ventura sermos traídos, aumenta nossa desconfiança e aumenta nossa insegurança, e com o aumento desta é capaz de negamos nossa intimidade com aqueles que são realmente nossos amigos. Outra consequência: tomamos desconfiados, inseguros e carentes. Presos em nós mesmo, sufocamos a nós mesmo. Sufocados precisamos respirar, e ao respirar será com volúpia, com desespero, ou seja, se em um primeiro momento não confiamos em ninguém, no segundo, por necessidade, confiamos em todos, porque precisamos desabafar, ter amigos, precisamos de esperança. Mas também aqui é um erro, pois facilmente ao entregamos a intimidade a qualquer um, o risco de queimamos a nós mesmo é grande. Insegurança e carência são as grandes consequências da banalidade da amizade.

HenriqueSouza
Enviado por HenriqueSouza em 05/05/2018
Reeditado em 05/05/2018
Código do texto: T6328060
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