INSPETORA AKANE volume 4: o filósofo psicopata

INSPETORA AKANE volume 4: o filósofo psicopata
Miguel Carqueija

No volume anterior deste mangá extraordinário a Inspetora Akane teve o pior dia da sua vida ao confrontar o psicopata Shogo Makishima, que no interior de uma linha abandonada do metrô sequestra uma amiga da policial, Yuki Funahara, e a mata diante dela. No cômputo final da batalha o executor Kougami sai gravemente ferido porém mata o cúmplice de Makishima, o empresário Sangunji. O golpe foi muito duto para a sensível Akane, mas ela sabe que tem de prosseguir a luta. O que ela já sabe, porque foi declarado pela próprio Makishima, a diretora do Departamento de Investigação Criminal, Kazei, revela ao Inspetor Ginoza. Makishima é imune ao sistema de detecção do Sistema Sybil, e tais pessoas, raríssimas, são chamadas “criminalmente assintomáticas”. Contudo nada pode ser revelado ao público já que isso comprometeria a fé que as pessoas têm no Sistema Sybil: cinicamente Kazei explica que é mais importante, pela paz e estabilidade sociais, que o povo pense ser o sistema infalível, que ele efetivamente o seja (é mais ou menos o que ocorre com a camisinha).

Resenha do volume 4 do mangá “Inspector Akane Tsunemori”. Editora Panini, Barueri-SP.2018. Título original japonês: Kanshikan Tsunemori Akane” – Shueisha, Tóquio, 2012. Tradução: Karen Kazumi Hayashida. Arte: Hikaru Miyoshi. “Storyboard”: Gen Urobuchi. Desenho de personagens: Akira Amano. História original: “Psycho-Pass Committee” (sic). Com base na série de animação “Psycho-Pass”.

“Não posso ficar deprimida para sempre.”
(Tsunemori Akane)

“Vou encurralar o Shogo Makishima, nem que tenha de me tornar uma executora.”
(Tsunemori Akane)

“Ameacei tacar fogo no quarto do hospital se me deixassem mais tempo internado.”
(Shinya Kougami)

“Ela realmente é forte. A Akane Tsunemori é uma verdadeira policial.”
(Shinya Kougami)

“Aquela mocinha não tem um pingo de medo de seu coeficiente criminal aumentar. Como posso explicar isso? Hm... Ela perdoa, reconhece e aceita o mundo como ele é. E ainda assim, não se importa de correr riscos... o que mostra que não está se deixando levar pela correnteza. A inspetora acredita fielmente no valor e no significado de ser policial.”
(Tomomi Masaoka)


Sendo este um dos mangás mais emocionantes, é também recheado de cenas fortes porém contextualizadas. Fica evidente que Makishima, que gosta de citar escritores e emitir fleumáticos juízos de valor sobre a sociedade e o sistema, está empenhado em desafiar o poder organizado, o Sistema Sybil, onde as pessoas obedecem às máquinas, porém com todas as suas razões filosóficas os seus métodos são os de um genial monstro assassino. Isto fica evidente mais uma vez, quando ele distribui a elementos perniciosos um tipo de capacete que neutraliza o controle cimático e seus portadores começam a praticar atrocidades à luz do dia, levando a cidade ao caos, e o pânico se espalha pelas redes sociais. Logo cidadãos comuns e normalmente pacíficos estão também agredindo, reagindo aos agressores.
Enquanto a polícia, com outras armas (já que as dominators são neutralizadas pelos capacetes) tenta controlar a onda de violência, Kougami descobre onde Makishima está: na nona torre do Ministério da Saúde e Bem Estar (sede secreta do Sistema Sybil!). Agora Kougami, Akane e Kagari para lá se dirigem. E lá, Makishima e seu cúmplice Gu-Sung Choe os esperam.
A situação vai se aproximando de seu clímax.

Rio de Janeiro, 31/12/2018 a 3/1/2019.


(no mangá 4, a imagem de capa é da executora Yayoi Kunizuka)