LIMIT volume 4: tragédias

LIMIT volume 4: tragédias
Miguel Carqueija

A descoberta do cadáver de Usui — morta por alguma arma penetrante — leva o pânico e a suspeita mútua ao grupo de sobreviventes. Mas a tragédia continua rondando o pequeno grupo. Haru, em pânico, cai de uma barreira e também morre. Morishige chega a ser acuada sob a acusação de ser a assassina de Usui, coisa que ela nega. Konno, a personagem principal, não sabe em que acreditar mas não quer condenar Morishige apesar das acusações feitas por Haru. Mas quando indícios parecem apontar para Haru esta se desnorteia com o resultado acima referido.
Quem sobreviverá com vida numa história de crime entre adolescentes?


Resenha do volume 4 do mangá “Limit”, de Keiko Suenobu. Editora JBC, São Paulo-SP, 2015. Editora Kodansha, Tóquio, Japão, 2011. Tradução: Fernando Sato Mucioli.

“Infelizmente nós não podemos fazer mais nada.”
(Chieko Kamiya)

“Não há o que fazer. Afinal... estar vivo significa isso.”
(Chieko Kamiya)

“Eu sei que tenho muita culpa do que aconteceu na escola... todas as ações que tomei em relação a você. Estou envergonhada. E também arrependida.”
(Mizuki Konno para Arisa Morishige)


A temperatura esquenta muito no quarto volume deste mangá que trata do assédio moral (“bullying”) em sala de aula e nas trágicas consequências numa situação de limite, como diz o título. Entretanto, às cinco protagonistas do início (das quais duas já morreram) juntou-se uma sexta pessoa, o colega Hinata, único ainda pouco revelado psicologicamente. No entanto alguma coisa está errada com ele, pois foi o único a avistar um helicóptero de busca e não fez sinal, não quis ser resgatado.
O grupo continua, pois, perdido na região de difícil acesso.

Há que ressaltar, porém, a notável modificação em Konno, que pede perdão a Morishige por ter na escola praticado o “bullying” contra ela, apenas para seguir as outras. As boas qualidades de Konno finalmente emergem de todo, abafando suas fraquezas morais. Este detalhe é especialmente valioso nessa história genial e a cena entre as duas chega a ser antológica.


Rio de Janeiro, 20 de março de 2019.