“Força feminina na luta contra costumes invasivos”em “A Maça de Eva” e “Sonho de Alima”

“O Sonho De Alima” relata a vida da personagem Alima, Moçambicana, nasceu em uma região onde os mais variados costumes rodeiam a sociedade, sua história é contada por um narrador onisciente, mostrando cada obstáculo que a protagonista precisa passar para realizar seu sonho estudar e receber o diploma da quarta série, vendo seus irmãos estudando e ela sem poder por ser mulher, decide traçar o seu próprio caminho.

Durante a trama a protagonista passa por vários rituais,na adolescência entre eles o alongamento do clitóris com ervas, que a corroíam por dentro, pois segundo as tradições ela não se casaria com nenhum homem caso não os fizesse, na história homens de todas idades incluindo sexagenários poligâmicos eram pretendentes, mesmo assim é algo que iria contra o espírito de justiça de Alima, ela contraria os costumes do seu povo e escolhe seu próprio marido, um ourives que trabalha apenas com prata e cobre. Alima começa a estudar e a quebrar vários olhares conservadores postos na mulher Moçambicana até os dias atuais.

No documentário “A Maça De Eva” mostra a situação de diversas mulheres que passaram pelos rituais de circuncisão,acentuado no livro de Momplé,que ainda são praticados pelo Oriente e em regiões na África. Existem até casas de apoio para as mulheres que abandonam suas famílias para não realizarem tais rituais, preocupadas com o que fariam no seu corpo e as consequências no futuro, pois geralmente são vistas como “uma vergonha” para a família, divergindo de todo o pensamento de seus avós e pais; Como foi o caso de Sylvia Keys uma moradora no centro de TasaruNtomonok, quando arriscou sua vida, enfrentando o medo, entra na escola aprendendo a língua inglesa levando em consideração que a minoria delas falamdiretamente com os acolhedores já que aprendem idiomas africanos, vista como uma garota extremamente corajosa, uma das mulheres que mudaram seu mundo pela força de vontade.

Esses rituais de mutilação genital feminina são realizados numa situação onde a menina não tem como se defender, entre os cinco e sete anos, é preciso conhecer as raízes culturais para entender o que se passa na vida de alguém para aceitar esse tipo de violência contra a mulher. Para ajudar, reabilitar essas mulheres fisicamente e mentalmente é necessário não se levar isso como algo normal, como a escritora Lília Momplé expõe em seu conto, mostrando a força que um costume passado de mães para filhas com um procedimento extremamente doloroso, tendo repercussão até nos dias de hoje. Por este motivo devemos lutar pelo bem estar de mulheres pelo mundo inteiro, que não devem passar por estas cerimônias, entrando em pauta uma violação aos direitos humanos.

Milena Soares Porto.

Resenhas Críticas
Enviado por Resenhas Críticas em 28/06/2019
Código do texto: T6683638
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.