O silêncio dos inocentes

Um psicopata conhecido por Buffalo Bill está seqüestrando e matando jovens mulheres, deixando como marca uma pupa em suas gargantas e retirando pedaços de suas peles. Pasmo diante da esperteza do assassino, o FBI recorre à única pessoa capaz de compreender a mente desse criminoso brilhante: um outro, seu igual, dtr. Hannibal Lecter. Lecter era psiquiatra até tornar-se um canibal horrendo e ser preso numa cela de segurança máxima.

A jovem policial Clarice é mandada para conversar com o dr. e arrancar dele um perfil psicológico de Bill, mas Lecter impõe suas condições. Ele só ajudará a polícia se Clarice alimentar a curiosidade mórbida dele pela sua complicada vida pessoal.

O filme é um suspense pesado, com direito a cenas de canibalismo, muitos cadáveres e, o que é pior, muitos corpos vivos agonizando em sangue. Mas talvez não seja a parte visual o que mais impressiona aqui. É, antes de tudo, o enredo mesmo, o mistério macabro em torno desses cérebros alucinados, em seus traumas sexuais e doenças.

Quem assiste a primeira meia hora não descansa enquanto não descobrir o perfil psicológico dos assassinos, assim como a identidade e paradeiro de Buffalo Bill.

Os diálogos são fantásticos. A estagiária de polícia e o psiquiatra canibal entram numa discussão perigosa, um jogo verbal onde cada um interroga e é interrogado pelo outro, escondendo ou escavando informações num ritmo alucinante. E o jogo de olhares é de arrepiar os cabelos!

Enfim, uma obra-prima do grotesco. Não fosse a tradução meio errada do título (o silêncio das cabras), ele seria perfeito. Grande filme, seja você o tipo que aprecia serial killers atormentados ou o tipo que curte enredos hipnotizantes. Não é maravilhoso porque a palavra “maravilha” implica coisas alegres. Mas é pesado, instrospectivo, erótico, violento, e, intrigantemente, excelente.

Jéssica Callou
Enviado por Jéssica Callou em 17/03/2006
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