CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS

Um filme universal, destes filmes inesquecíveis e obrigatórios sobre dois seres humanos, de realidades completamente diferentes, cada um fugindo de sua adversidade. Um road movie, que mostra um alemão fugindo da Guerra e um brasileiro da seca, ambos da miséria. Encontram-se no acaso de uma carona do nada para lugar nenhum em 1942, pouco antes de o Brasil declarar guerra aos países do Eixo. Um acaba contratando o outro como ajudante de vender aspirina no sertão, auxiliados por filmes promocionais. Jóias raras da propaganda, resgatadas pelo trabalho da produção e que são projetados ao ar livre para as pequenas comunidades que surgem pelo caminho. Os dois personagens vão se conhecendo ao longo dos quilômetros e dos dias, quando o destino faz com que o sertanejo Ranulfo salve a vida de Johan, que fora mordido por uma cobra. Uma sólida amizade se forma e cresce até que Johan tem de escolher entre voltar para a sua terra ou ser recolhido a um dos campos de concentração montados pelo governo do Sr. Getúlio Dornelles Vargas. Escolhe migrar para a amazônia, ser soldado da borracha. Um filme cheio de grandes gestos, de momentos sublimes e verdades perenes. Com fotografia impecável, reproduz a luminosidade do sertão, enquanto a alma do espectador vai sendo alimentada pela musica de Lamartine Babo: “Serra da Boa Esperança,

Esperança que encerra, No coração do Brasil, Um punhado de terra”. Uma obra prima, várias vezes premiada, para se ver sempre.

Ocirema Solrac
Enviado por Ocirema Solrac em 24/11/2009
Reeditado em 09/03/2010
Código do texto: T1940677
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