A ERA DO RÁDIO - WOODY ALLEN
Num de seus melhores filmes, Woody Allen revive a nostálgica era do rádio
Diferente de qualquer documentário sobre a evolução dos meios de imprensa, "A Era do Rádio" apresenta com muito bom humor diversas situações sobre os primórdios da existência desse invento que revolucionou a história da comunicação. O próprio Woody Allen conduz a narrativa, caracterizando o filme como uma espécie de autobiografia, um regresso aos seus tempos de criança, quando se encantava com as histórias de super-heróis e os diferentes personagens com quem dividiu a infância.
Assim como a própria evolução do rádio, o ritmo do filme é também muito rápido, passando de uma cena a outra sem que, necessariamente, as seqüências apresentem ligação, exceto pelo fato de se situarem numa época em que o mundo se rendia a uma ascensão tecnológica. As radionovelas, os programas de auditório, os contos infantis, constituem elementos radiofônicos que contribuíram para que, no futuro, a programação da televisão fosse definida e incrementada.
O rádio tornou-se, num curto espaço de tempo, o maior fenômeno que um meio de comunicação poderia alcançar, maior ainda do que a Internet representa na atualidade. A transmissão da simulação de um ataque marciano aos Estados Unidos – realizada por Orson Wells – constitui uma cena que comprova sua importância para a sociedade da época. Em tempos em que a comunicação não tinha o respaldo de imagens – a exemplo do que a televisão proporciona nos dia de hoje, é absolutamente incontestável a importância que o rádio representou para a vida em sociedade.
E é impossível comentar sobre “A Era do Rádio” sem falar de música. As canções (atenção a "South American Way", na voz de Carmen Miranda) remetem a um sentimento de nostalgia, levando cada um a fazer parte da vida dos personagens. Um casamento perfeito: o encanto do rádio com a magia do cinema, dois segmentos com muito em comum, principalmente por interagir na cultura e situar os ouvintes e telespectadores em diferentes tempos da história.
Filme obrigatório, que possibilita compreender um pouco melhor o que os pais, tios, avós contam mas que, infelizmente, muitos não tiveram a chance de vivenciar.
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JDM