1- O filme “Contra o Tempo” possui um dos finais mais bonitos que já vi.
 
Os finais de filmes, não poucas vezes, arrasam uma boa trama.
Ótimos finais podem, entretanto, “salvar” um enredo chatinho.

2- A trama de “Contra o Tempo” é bem legal e empolgante.
O personagem principal, o Capitão Colter Stevens, vive via um programa de computador.
Ele experimenta uma existência fictícia na qual imagina ter um corpo, estar numa espécie de cápsula cumprindo uma missão.
Tudo isso disfarça a dura realidade, pois o corpo está mutilado e o homem já morreu.
O cérebro apenas desfruta de uma “sobrevida”, possibilitando que ele retome várias vezes uma situação do passado durante oito minutos.
Dessa forma, num trem que explodiu, ele pode descobrir quem provocou a explosão.
 
3- Compreender isso é superlouco, mas o filme é uma ficção científica.
 
Vou tentar esclarecer melhor!
Vivendo uma realidade virtual, é possível retomar o passado e verificar o que já aconteceu.
Nessa investigação, o capitão descobre, por exemplo, que está morto.
Num trem, na realidade virtual, ele revela o seu nome e pede a uma moça que faça uma pesquisa.
Ela constata que ele já morreu.
 
Que piração, hein?
Pensem assim!
As opções do personagem são:
Ratificar a morte ou participar de um programa do governo o qual não dá a vida, mas permite uma “vida ilusória”.
 
Entre morrer ou estar vivo sem estar vivo, talvez a opção dois sirva.
 
4- No final do filme ele descobre quem é o terrorista que explodiu o trem.
O mentor do programa fornece a informação à polícia e evita as novas ações do terrorista.
O passado, a explosão do trem, já ocorreu, mas o que autor da explosão faria depois pode ser impedido na vida real.
O terrorista explodiu o trem e faria outras explosões.
Sabendo quem é o bandido, via o programa, basta prendê-lo.
Não há novas explosões.
 
5- Concluída a missão, o Capitão Colter Stevens poderia ter sua memória zerada para ser utilizada mais uma vez solucionando novos crimes.
Ou poderia ter sua memória virtual deletada.
 
O Dr. Ruthledge, o mentor do programa, pede que Colleen Goodwin, sua assistente, zere a memória do capitão, começando tudo de novo.
O capitão, todavia, pediu que o matassem definitivamente depois da missão.
O Dr. Ruthledge pretendia ludibriá-lo, almejando assim solucionar novas ameaças com a ajuda do capitão, utilizado apenas como uma espécie de cobaia.
 
6- A assistente Colleen desenvolve um elo afetivo com o capitão, o morto o qual “vive” através de um programa que lhe oferece oito minutos revivendo um passado qualquer.
Apenas oito minutos, nada mais!
 
Nesses diversos oito minutos que o capitão tem, indo ao passado e voltando ao presente, o capitão passa a acreditar que ele pode mudar o passado e até impedir que o trem não sofra a explosão.
Colleen explica que, ainda que ele impeça o trem de explodir nessa “viagem”, o trem já explodiu.
 
7- Depois de finalizar a missão, o capitão solicita a Colleen uma última oportunidade, oito minutos.
Encerrando os oito minutos, ela deve apagar o cérebro virtual.
Colleen concede os últimos oito minutos da “existência” dele.
 
Atenção!
Colleen recebeu a ordem do Dr. Ruthledge para zerar a memória do capitão e reutilizá-lo numa nova investigação.
Ela desobedece a ordem.
Colleen concede os oito minutos solicitados pelo capitão, prometendo “matá-lo” quando o tempo cessar.
Essa é a vontade do capitão, porém ele acredita que, nos últimos oito minutos que terá, mudará tudo nas duas realidades (a realidade virtual e o mundo real).
 
8- Antes de dizer o que acontece, é importante saber as condições exatas do retorno ao passado.
 
O capitão sempre volta ao passado sentado na frente de uma bela moça, Christina Warren.
Ele “desperta” no corpo do acompanhante dela (observem a foto acima).
Imediatamente ele escuta a frase “Eu segui o seu conselho”.
A pessoa que empresta o corpo havia dado um conselho à moça.
Ao lado deles, há um humorista viajando no trem.
 
9- Nesses oito minutos derradeiros e decisivos, o que o capitão faz?
 
Ele desliga o dispositivo que causaria a explosão, prende o terrorista num vagão isolado, informa aos policiais sobre todo o plano e deixa o terrorista algemado.
 
Ele dá um telefonema e conversa com o pai, que está no mundo real.
O pai, no mundo real, e o capitão, no mundo virtual, dialogam.
Ele fala que é o colega de trabalho do filho.
Diz uma mensagem emocionante que o filho enviou (ele próprio) ao pai.
 
Depois disso, o capitão convence o humorista a fazer os passageiros do trem sorrirem.
Ele paga ao humorista.
O humorista topa o desafio, se levanta e implosiva um show.
Ele leva a namorada para um cantinho e pergunta a ela:
_ Se você tivesse apenas um minuto de vida, o que você faria?
Christina responde:
_ Eu faria valer a pena.
_ Eu te beijaria de novo - diz ele.
(Ele fala isso, pois, numa das “viagens” já realizadas, ele a beijou)
Ela diz surpresa:
_ De novo?
Ele a interrompe com um beijo prolongado.
 
Os oito minutos acabaram, a imagem congela.
 
10- No mundo real, a amiga Colleen desliga o programa, encerrando a “vida cerebral” dele conforme combinado com o capitão.
Acabou! Agora ele estaria morto também virtualmente falando.
 
No mundo virtual, a imagem segue congelada.
O casal está com os lábios unidos.
Os passageiros olhando para o humorista, todos sorrindo paralisados.
Todos congelados, mas alegres dando risada.
O casal feliz realizando o beijo final.
Os detalhes da imagem congelada são lindos.
 
Percebam que o rapaz fez valer a pena os oito minutos.
Ele conseguiu que todos vivessem os melhores oito minutos da vida.
 
Não esqueçam que aqueles oito minutos encerraram a vida de todos, pois, após esse tempo, o trem explodiu.
Todas as pessoas morreram.
 
Aquela era uma cena do passado (que já passou) o qual o personagem mudou, mas era virtual, obedecendo a um programa de computador.
 
Se vocês ficaram tristes, não fiquem!
 
11- O filme apresenta uma solução maravilhosa.
 
Collen desliga todos os aparelhos, mata o rapaz já morto, porém, no mundo virtual, a imagem congelada retoma o movimento.
 
O capitão conseguiu criar uma realidade alternativa.
Ele sai do trem com a namorada, os dois comentam que o humorista mereceu a grana e avançam rumo a uma universidade, com as mãos entrelaçadas.
 
O perseverante capitão,
além de criar uma realidade alternativa, alterou os acontecimentos do mundo real e fez o tempo voltar.
 
12- Na cena seguinte, Colleen aparece chegando ao local de trabalho quando recebe uma mensagem no celular.
Na mensagem  o capitão informa sobre o atentado que foi evitado.
Dá detalhes sobre a ocorrência.
A polícia recebeu um telefonema informando que o terrorista estava preso e possuía a intenção de explodir o trem.
A polícia localiza o terrorista e dá a notícia como um atentado frustrado.
 
A assistente, escutando isso, confirma o que está sendo narrado por ele.
Ele também conseguiu modificar os fatos no mundo real.
 
Colleen agora aparece chegando ao trabalho, mas antes, quando ela chegava ao trabalho, o trem tinha explodido, ela ouvia essa notícia.
Após isso, o mentor do programa, o Dr. Ruthledge, resolveu iniciar o programa experimental que realiza a investigação dos oitos minutos.
 
13- Agora o doutor não pode utilizar o programa, porque a notícia fala sobre um atentado frustrado.
O terrorista já estava identificado.
Ele comenta:
_Ainda não foi dessa vez que a gente começou o nosso projeto!
 
O filme termina com uma mensagem de texto que o capitão envia para Colleen via celular.
O capitão informa tudo o que ocorreu.
Ele, feliz no mundo virtual, a realidade alternativa que criou.
Colleen surpresa com as informações.
 
Não sei se eu fui claro, mas o mais importante não é a trama em si.
 
Eu destaco a cena que fecharia o filme se, após os oito minutos, não houvesse continuação alguma no mundo virtual.
 
14- O capitão teria feito valer a pena os únicos oito minutos que tinha, os últimos oito minutos de sua existência.
 
Fazendo um paralelo, podemos dizer que, se ainda viveremos mais oitenta anos, viveremos exatamente quarenta e dois milhões e quarenta e oito mil minutos.
 
São os minutos que nos restam!
Depois a nossa jornada terrena acabará.
 
Que tal fazer valer a pena todos esses minutos que ainda temos?
 
Um abraço!
 
Ilmar
Enviado por Ilmar em 13/06/2013
Reeditado em 13/06/2013
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