SAILOR MOON CLÁSSICA 44: começa a batalha final

SAILOR MOON CLÁSSICA 44: começa a batalha final
Miguel Carqueija


Inicia-se no capítulo 44 do primeiro seriado “Sailor Moon” (o da década de 90) a trilogia final da primeira temporada. Sailor Moon, a Princesa da Lua Branca e Guerreira do Amor e da Justiça, defrontar-se-á finalmente com Beryl, a Rainha do Reino Escuro. O ataque final do Negaverso, com o aparecimento da crescente mancha negra no Sol, coincide com a descoberta, por parte de Sailor Vênus, através do computador da base das guerreiras, da passagem dimensional para o esconderijo do Reino Escuro ou Negaverso (universo negativo). Na tentativa de deter o nefando inimigo que ameaça tragar a Terra com o poder das trevas, as cinco guerreiras lunares internam-se com os dois gatos guardiães pela passagem dimensional. Espera-as o terrível Malachite, último general do Negaverso ainda vivo... assim começa a sequência mais emocionante de toda a série Sailor Moon, incluindo os episódios 44, 45 e 46, provavelmente a mais marcante de todas as sequências filmadas desta franquia. É o grande momento de Sailor Moon: a Princesa da Lua parte para a batalha final em defesa da Terra e da Humanidade.


Resenha do episódio 44 – “Serena desperta: uma mensagem do grandioso passado” – do seriado de tv “Bishojo senshi Sailor Moon” ou “Pretty Guardian Sailor Moon” (A linda guardiã Sailor Moon) – Toei, Japão, 1992. Produção executiva: Iriyma Azuna. Produção e direção: Junichi Sato. Roteiro: Yoshiyuki Tomita. História original de Naoko Takeushi.

Elenco original de dublagem:

Usagi Tsukino (Serena, Sailor Moon).................Kotomo Mitsuishi
Tuxedo Kamen ou Tuxedo Mask (Darien, Mamoru Chiba, Endymion)...........Toru Furuya
Luna....................................................................Keiko Han
Artêmis.............................................................Yasuhiro Takato
Rainha Beryl........................................................Keiko Han
Ami Mizuno (Sailor Mercúrio)..............................Aya Hisakawa
Hino Rei (Sailor Marte) .......................................Michie Tomizawa
Makoto Kino (Sailor Júpiter)...................................Emi Shinohara
Aino Minako (Sailor Vênus)................................Rika Fukami
Kunzite (Malachite).............................................Kazuiuki Sogabe
Metalia...................................................................Noriko Uemura


“Nós somos formas vivas nascidas da Lua, Serena. A nossa missão no universo é cuidar com muito zêlo da pedra sagrada, o cristal de prata, e nos assegurar de que haverá paz na Terra para sempre.”
(Rainha Serenity)

“Para a Princesa Serena e todas as outras guerreiras eu desejo o melhor na sua luta para trazer a paz na Terra futura.”
(Rainha Serenity)


Este episódio é maravilhoso, pois completa as revelações necessárias para compreender a complexa trama onde o passado e o futuro acabam se encontrando. Há diversas passagens antológicas em imagem e diálogos, uma delas é o duelo final entre Sailor Moon e Malachite, quando a Princesa da Lua, diante do adversário poderosíssimo, utiliza o poder do cetro lunar. Sailor Moon metaforiza muito Jesus Cristo (guardadas as devidas proporções, mas não há dúvida de que a personagem é messiânica); ao enfrentar Malachite ela se transfigura, tornando-se luminosa (lembram da passagem evangélica do Tabor?) e o poder da sua luz aniquila Malachite, um ser das trevas, que retorna para a dimensão infernal de onde veio.
Antológica também é a longa passagem da regressão das cinco sailors que se vêem diante do espírito da Rainha da Lua, Serenity, a verdadeira mãe de Usagi Tsukino (Serena), a Sailor Moon. Nas ruínas do Milênio de Prata, o extinto Reino Lunar, Serenity mostra o que de fato aconteceu no remoto passado: o magnífico Reino Lunar com suas festas suntuosas, o namôro da Princesa com um príncipe terrestre, Endymion, e como tudo foi por água abaixo quando a Rainha Beryl, servindo ao demônio Metalia (nome não usado na versão dublada brasileira, substituído por “Negaforça”), consegue efetuar uma grande lavagem cerebral na Terra e lança um terrível ataque à Lua, visando a destruição do Milênio de Prata e a posse do sagrado cristal de prata.
O Milênio de Prata é destruído, Endymion e Serena morrem na batalha, mas Serenity consegue, com o poder do cristal de prata, encapsular Metalia e seus seguidores, prendendo-os num lacre místico que haveria de durar milênios. Sem mais opção, agonizando sobre duas colunas derrubadas formando uma cruz (metáfora significativa) Serenity apenas pode enviar as almas da Princesa, de suas guardiães e mais algumas pessoas, além de Endymion, para a Terra do futuro, onde deveriam continuar a luta pelo amor e pela justiça.
Agora que tudo foi revelado Sailor Moon vê claramente o que deve fazer. Numa primeira instância as guerreiras recuam, pois os gatos Luna e Artêmis foram gravemente feridos e devem retornar. Mas agora as cinco garotas guerreiras já sabem que o esconderijo do Reino Escuro fica no “ponto D” do Pólo Norte. Esse é um detalhe curioso: onde ficaria esse ponto D? Mas elas aparentemente sabem. Até porque o “laptop” de Sailor Mercúrio tudo descobre.
Naoko Takeushi, autora de Sailor Moon e uma genial mangaká (desenhista de mangás) criou uma saga onde o Bem e o Mal estão claramente discernidos. Na batalha final entre a Princesa da Lua Branca e a Rainha do Reino Escuro não haverá acordo possível, porque a Luz e as Trevas são incompatíveis.
O destino da Terra e da Humanidade dependem agora de uma menina de 14 anos. Se Sailor Moon falhar, o mundo cairá sob o império das trevas...

Rio de Janeiro, 8 de março de 2018.


(imagem: Sailor Moon diante do espírito de Serenity)