Resenha filme O Corte.

Nome: Alexsandro Soares de Moura

Resenha do filme: o Corte

ABRIL/ 2018

• Filme o Corte

Este Filme retrata a vida de um químico que trabalhou como executivo em uma grande indústria de papel na França. O Autor (Jóse Garcia), no filme Bruno Davert está dois anos e meio desempregado, ou segundo ele, em busca de um novo emprego. Mas pelo que parece suas economias estão chegando ao fim, isso compromete seu estilo de vida, como carro, casa, alimentação, tv por assinatura etc. Bruno trabalhou por quinze anos no ramo de papel e durante os dois anos de desemprego, ele envia currículos com frequência na tentativa de conseguir um emprego, mas depois de algumas poucas entrevistas frustradas e já sem entusiasmo, ele diz em uma passagem do filme: “ País do sorriso obrigatório, mas eu esqueci como sorrir.”. Um pouco antes desta entrevista, bruno já havia pensado em um plano para recuperar uma vaga no mercado de trabalho de sua especialização que pelo que parece é bem restrita: Ele traça um plano para descobrir seus concorrentes mais ou tão qualificados quanto ele, então Bruno passa a fazer anúncios de empregos “FAKE” para atrair a concorrência, em um insano jogo de caça, ele tinha como meta matar o homem que ficou no seu lugar e outros cinco concorrentes.

O Corte é um filme baseado na obra do escritor Donald E. Westlake, pelo diretor grego Constantin Costa- Gavras, esse também dirigiu Amém (2002) e Missing – Desaparecido (1982).

• Filme: Tempos Modernos

É um filme de caráter trágico que através da comedia tenta nos passar as múltiplas contradições da modernidade do capital. Chaplin nos chama a atenção para os paradoxos da sociedade burguesa.

É a historia de um trabalhador braçal em uma fábrica, esse tem um crise nervosa por trabalhar de forma quase que uma máquina por conta da repetição dos movimentos e tempo de trabalho. É levado ao hospital, mas quando retorna a fábrica está fechada.

Outro personagem interessante do filme é a figura de uma jovem, órfã de mãe, pai desempregado e com duas irmãs mais novas, e ela para sobreviver se ver obrigada a fazer pequenos furtos. Por exemplo, quando o pai morre, ela rouba pão para comer, alguns agentes vão busca-la para adoção, mas ela foge.

Enquanto isso Chaplin consegui ser preso, confundido como líder comunista em uma greve que está acontecendo. Na cadeia meio sem querer impede a fuga de alguns presos e é libertado depois de uma bela estadia na prisão. Mas ele tenta de tudo para voltar para a prisão para rever a jovem da adoção que nesse momento estava presa, no entanto os dois escapam e vivem por um tempo sem preocupações, mas surge a necessidade de trabalhar para comprar o pão. Consegui emprego em outra fábrica, mas como era de se esperar não dar certo. A jovem consegui emprego como dançarina em um café e o convida para ser garçom, como garçom também não estava dando certo, começa a fazer palhaçadas tudo indica que poderia ser um sucesso, mas a policia vem atrás da jovem, e eles seguem em uma estrada, rumo ao caminho da vida.

É um filme de 1936 dirigido pelo próprio Charlin Chaplin, em seu famoso personagem “O Vagabundo”, tentando sobreviver em meio ao mundo industrial como operário. Esse filme faz uma critica severa ao capitalismo, militarismo, fordismo (...) e sobre aos maus tratos que os operários (empregados) recebiam no ambiente de trabalho.

• Análise dos dois filmes no que diz respeito á qualificação para o trabalho.

Fica evidente ao espectador a diferença no que tange a qualificação para o emprego nos dois filmes. Temos dois polos, de um lado um executivo, com formação acadêmica e vários cursos, do outro um trabalhador (operário) de uma fábrica aos moldes do fordismo, ou seja, sem nenhuma ou pouca instrução escolar.

No filme O Corte, percebemos alguns atos e falas do personagem principal Bruno, que refletem sobre a questão da qualificação: Diplomas e experiências são temas recorrentes, como no momento da entrevista de emprego que participou na empresa de embalagens.

“O senhor tem muitas qualificações, mas esse emprego poderia ser ocupado por uma mulher”. Esta frase foi dita pela mulher que o estava entrevistando. E ele ironicamente responde “quem faz muito, faz pouco”. É no mínimo paradoxal, imaginar que um homem que investiu tanto no capital humano, agora é vitima dele.

Aqui poderemos abordar a teoria do capital humano, essa teoria parte a grosso modo, do pressuposto, que maior qualificação. Sempre que a instrução aumentar o poder aquisitivo dos estudantes, temos um investimento. Esse é o capital humano, visto sob a ótica de habilidades e conhecimentos adquiridos em especial na escola, ou seja, maior investimento em especial na educação, essa aumenta a produtividade individual do futuro trabalhador e por consequência um maior desenvolvimento econômico para não apenas para o individuo, mas para toda a sociedade. Para Schultz, o capital humano é: “ Nós “ produzimos”, assim, a nós mesmos e, neste sentido, os “recursos humanos” são uma consequência de investimentos entre os quais a instrução é da maior importância.”

Mas o porquê do paradoxo mencionado antes e vivido pelo personagem Bruno? Para entendermos melhor, acreditamos ser necessário conhecer o contexto econômico pelo qual a França estava passando e o conflito interno que a educação ou a super. qualificação causa em épocas de crise.

A França no início do século começou a dar sinais do enfraquecimento econômico, com isso o social também é afetada, uma sociedade depende do cenário econômico para sustentar os empregos, tanto do proletariado, quanto da mão de obra qualificada. O auge do enfraquecimento Frances foi em 2005 , quando vimos na televisão, uma onda de violência pela insatisfação popular. Esse para nós seria um dos motivos para a não concretização do capital humano, como forma de investimento. Vimos no filme, alguns dos Ex - executivos trabalhando como Garçom, vendedor, produtor de mel etc. Mas o nosso anti-herói, Bruno não trabalhava e sua esposa trabalhava como enfermeira e caixa em um cinema. Para (Salm, 1980, p. 20).

Este conflito, entre o agigantamento patológico do sistema educacional e as condições de trabalho aviltadas para a maioria é o objeto central e quase única de nossa reflexão. (...) a educação e o mundo do trabalho mas, ao contrario , uma grande harmonia, uma verdadeira correspondência que só se rompe eventualmente, como agora, devido à recessão mundial.

No filme, podemos ver bem estes problemas. Com certa comicidade é bem verdade. Ainda Salm chama nossa atenção, para a crescente insatisfação que o mundo do trabalho em especial está causando nos trabalhadores de maior escolaridade, um profundo descontentamento por não estarem recebendo o que acreditam merecer, pelo investimento em educação... ( capital humano). No caso do Bruno e de muitos outros do filme o que diz Schultz no livro o valor econômico da educação (Schultz,1963, p. 38). não se concretiza na realidade:

Não obstante, segundo o entendimento de que os estudantes não custeiam todos os gastos da sua instrução e de esta instrução tem características de investimento, porque elevará as suas futuras rendas, a taxa de rendimento das despesas que eles realizaram será mais elevada do que a taxa de rendimento do fator total de custo considerado.

No filme Tempos Modernos, o personagem Chaplin nos passa uma mensagem social, como um operário vivia ou sobrevivia em um mundo “moderno” e industrializado. Esse filme retrata a Revolução Industrial que revolucionou a forma de trabalho, os trabalhadores passaram a trabalhar por salários. Dai surge uma forma até o momento distinta das anteriores, novos métodos de produção, que aumentavam a produtividade. Este método fordismo, utilizando maquinas causou redução dos salários, desemprego em massa etc.

Mas a ideia principal era reduzir ao máximo os custos de produção e assim baratear o produto. Desta forma, uma esteira rolante conduzia o produto, e cada funcionário executava uma única função. Logo, os funcionários não precisavam sair do local de trabalho, gerando maior produtividade e também não era necessária mão de obra muito capacitada, vejam bem, capacitada, não qualificada, aqueles faziam uma única função de forma repetida dentro da sua etapa de produção.

Aqui percebemos a diferença entre nossos dois personagens, Bruno e Chaplin, o primeiro um executivo e o outro um operário de movimentos repetitivos. Bruno precisou de muito investimento na educação escolar, em quanto Chaplin aprendia o seu trabalho em poucas horas dentro da fábrica, ou seja, para os trabalhadores gerou alguns problemas, o trabalho repetitivo e desgastante, a falta de visão geral sobre as etapas de produção e baixa qualificação profissional.

Podemos ver esse quadro no trabalho do Salm, segundo ele, na base técnica da 2ª revolução industrial a empresa capitalista não precisava da escola para qualificar sua mão de obra a organização do trabalho (na lógica Taylorista) era simplificar o trabalho, que pode se dar no próprio local de trabalho. ( Salm, 1980, pág, 25 ).

“Se a finalidade da produção capitalista é a reprodução e ampliação das relações capitalistas de produção, é no seio da produção mesma que devemos buscar a formação das qualificações requeridas e não numa instituição à margem como é a escola”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros:

SCHULTZ, W. Theodore . O Valor Econômico da Educação. Zahar editores, Rio de Janeiro, 1969, p . 9 -56.

SALM, Cláudio L. Escola e Trabalho. Brasiliense, 1980

Sites:

Tecnologia e cinema - Análise sociológica sobre o Corte. Desenvolvido por Rafael Cruz. Disponível em : < http://tecnologia-e-cinema.com/2010/06/analise-sociologica-sobre-o-corte/ >. Acesso em : 16 abril. 2014.

SEGREPEVI – Tempos Modernos análise crítica Integral. Disponível em : < http://segprevi.blogspot.com.br/2011/03/tempos-modernos-analise-critica-integra.html >. Acesso em : 17 abril. 2014.

O TAYLORISMO : a base teórica do sistema capitalista de produção ( em PDF ). Disponívelfile:///C:/Users/a5930507/Downloads/17417_Historia_do_Pensamento_Administrativo_Aula_04_Volume_01.pdf . Acesso em 17 abril . 2014.

Alexsmoura
Enviado por Alexsmoura em 28/06/2018
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