Os Incríveis 2 – Órfãos mesmo após a continuação?

Os Incríveis 2 – Órfãos mesmo após a continuação?

Em 2004, chega às telas mais uma animação da Disney. Dessa vez, não era sobre uma princesa que precisa ser salva por um príncipe ou sobre algum personagem que sofre um trauma terrível e luta pela redenção contra um vilão muito poderoso. Tratava-se de uma família, só que de super-heróis.

Clark Kent, o Super-Homem, expatriado de Kripton que foi adotado pro um casal de terráqueos. Bruce Wayne, perdeu os pais milionários num assalto. Peter Parker, perdeu os pais em circunstâncias misteriosas e foi criado pelos tios. Quando se fala de heróis, é muito comum esse tipo de narrativa, com tragédias que eliminaram ou fragmentaram seus grupos familiares. Assim, formavam-se novas configurações, seja na mansão Xavier ou no Quarteto Fantástico. Porém, o caso de Os Incríveis talvez seja único.

Sem fazer qualquer apologia ou juízo de valor sobre a formatação em pauta. A história narra uma realidade em que os super-heróis estão proibidos de atuar devido a prejuízos causados por eles no passado. Algo muito parecido com o que levou ao “Ato de Registro”, um dos motes de “Guerra Civil”, da Marvel, anos depois. Assim, Beto Pêra trabalha em um escritório de seguros enquanto a sua esposa, a Mulher-Elástico, cuida da casa e dos três filhos deles. Numa casa sem muros e com gramado na frente. Nada mais tradicional, né?

De repente, surge uma proposta para o retorno de Beto. Parecia maravilhoso, mas não era. Começam aí as ações maniqueístas, comuns em todos os filmes da Disney. O resto todo mundo sabe, adorou e esperou 14 anos pela parte 2.

E ela chegou. Começa exatamente a partir dos eventos finais do primeiro filme. Mais uma vez, os heróis são proibidos de atual. Surge uma proposta irrecusável da parte de um empresário, só que dessa vez para a mulher-Elástico. Seria a privatização da segurança por um órgão paramilitar?

Quem fica em casa cuidado de tudo é o Sr. Incrível. Apesar de feito inimagináveis, ele sofre bastante nessa jornada. Tudo diferente do que lhe era habitual. Tão habitual como a matemática, afinal, quem mudaria logo a matemática? Se ele era capaz de levantar um carro com as mãos, tal qual Superman na capa de seu primeiro gibi – que easter-egg legal! -, não tem o mesmo sucesso ao tomar conta das crianças e chega a apagar dormindo por 17 horas.

Mulher-Elástico salva pessoas em um acidente de trem, tal qual Homem-Aranha em seu segundo filme (?). Porém, desconfia e começa a descobrir uma conspiração capitaneada por um vilão chamado Hipnotizador. Ele passa a controlar um grupo de heróis aliados, ela mesma e, depois, Gelado e Sr. Incrível. Quem resolve tudo? As crianças!

Nesse momento, o enredo se assemelha muito ao de um episódio de Super-Choque, série animada da DC. O Jovem Static vence toda a Liga da Justiça hipnotizada por uma força do mal. Algo parecido se viu no trailer do longa protagonizado pelos Jovens Titãs, que enfrentarão a mesma Liga da Justiça, que estará controlada mentalmente por um vilão sósia do Deadpool.

Os Incríveis 2 é muito divertido, vale assistir mesmo numa sessão lotada de crianças barulhentas. Muitas gargalhadas surgem depois de frases ininteligíveis de Zezé, mas que foram bem colocadas. Porém, custava ser um pouco mais criativo?