O RETORNO DE MARY POPPINS (2018)

Mary Poppins, de 1964, é um dos meus clássicos favoritos. A ideia de alguém fazer um remake ou uma sequência dele sempre me foi inadmissível. Eu nunca deixei de considerar essa produção insuperável, intocável, um território sagrado que não deveria ser profanado, Ainda mais diante das inúmeras refilmagens que existem por aí, cuja qualidade está muito aquém da conseguida pelas versões originais. Por isso, quando fui assistir ao Retorno de Mary poppins, estava com o nível de expectativa lá embaixo, tinha quase certeza que ia ser um verdadeiro desastre. Mas, pra minha agradável surpresa, não é que o filme me agradou? À medida que a projeção ia avançando, eu me sentia mais e mais envolvido pela história, pelas imagens e sequências musicais que se desenrolavam diante dos meus olhos. Foi uma experiência emocionante, nostálgica, que me remeteu gostosamente à versão original.

A História de O RETORNO DE MARY POPPINS se passa durante a grande depressão, 25 anos depois da primeira trama. A babá mágica (Emily Blunt) chega voando, como da última vez, para ajudar Michael Banks (Bem Whishaw), Agora um adulto de 23 anos, que esqueceu da alegria e do prazer de ser criança. Viúvo e com dois filhos pra criar, Michael está em dificuldades financeiras, e também prestes a perder a casa, onde mora com a irmã Jane (Emily Mortimer). É nesse contexto que Mary Poppins retorna, para auxiliar e proteger os Banks.

O diretor Rob Marshal, indicado ao Oscar em 2003 pelo ótimo CHICAGO, de 2002, peca pela sisudez com que impregna algumas cenas, conferindo a elas um certo engessamento, o que faz com que a magia, contida no filme, não tenha a mesma leveza encontrada no original. Em compensação ele sabe conduzir bem os atores, conseguindo deles ótimas performances, sobretudo nas sequências musicais, cujas canções são tão encantadora quanto as do original. E Emily Blunt? O que eu posso dizer a respeito dela? Cara, elas está simplesmente maravilhosa. E olha que ela carregou um tremendo fardo nas costas, ou seja, substituir a fabulosa, a sensacional Julie Andrews no papel-título. Emily Blunt sustenta bem a sua personagem. A sua Mary poppins é tão convincente, simpática e carismática quanto a vivida por Julie Andrews, aliás, todo o elenco está afiado. Lin-Manuel Miranda, que eu não conhecia, está ótimo no papel que foi de Dick Van Dike na primeira versão; Maryl Streep, sempre competente; A participação de Dick Van Dike, dançando sobre uma mesa aos 93 anos é emocionante.

Eu, sinceramente, não encarei O RETORNO DE MARY POPPINS como uma sequencia ou uma refilmagem, mas como uma homenagem bem feita a um clássico imorredouro que, mesmo depois de 54 anos, ainda tem o poder de encantar.

Bia Borges
Enviado por Bia Borges em 30/12/2018
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