AVENGER episódio 4: o mistério de Layla e Nei

AVENGER episódio 4: o mistério de Layla e Nei
Miguel Carqueija

A guerreira Layla Ashley e sua boneca Nei, acompanhadas pelo fiel e bem-humorado Mestre Speedy, continuam sua longa e incerta jornada pelos caminhos de Marte. Música melancólica, paisagens desoladas, compõem esta série. Não se vêem florestas, rios, fazendas e plantações, existem cidades mas não se explica de onde saem os alimentos. Uma tenebrosa lua vermelha paira permanentemente sobre a paisagem tétrica, dando até a impressão de que pode despencar a qualquer hora sobre o planeta.
Nesta distopia extraterrestre restam poucos humanos do grupo inicial de colonizadores, os governantes são Volk e Westa, agora vistos como espécies de deuses, teoricamente imortais. Mas as andanças de Layla e Nei são monitoradas, e o sinistro Volk, cujo elmo esconde suas feições, e cujas intenções parecem implacáveis, demonstra um inusitado interesse por aquelas duas figuras. Westa não costuma contrariá-lo, parecendo até, do alto do seu poder, tristemente conformada com as decisões de seu companheiro...


Resenha do episódio 4 (“Adulto”) do seriado japonês de animação “Avenger” (Vingadora). Estúdio Beetrain/Xebec, 2003. Produção: Shinichi Ikeda, Kõji Morimoto e Tetsurõ Satomi. Direção: Koichi Mashimo. Música de Ali Project.
Elenco de dublagem:
Layla Ashley..................................Megumi Toyoguchi
Volk...............................................Hiroshi Yanika
Westa............................................Sumi Shimamoto
Nei.................................................Mika Kanai
Speedy...........................................Shinichito Yanaka
Garcia............................................Katsuyuki Konichi


“O inimigo... o inimigo de todos... é Volk!”
(Layla Ashley)

“Se não há crianças, adultos desaparecerão.”
(Mestra Cecil)


O trio agora encontra-se na cidade de Juno. Todas essas cidades marcianas parecem desprovidas de tecnologia de ponta, como se a civilização houvesse estagnado; e as pessoas vivem uma estranha vida medieval, além do mais sem crianças, pois há mais de dez anos elas não nascem. As bonecas, não sendo seres humanos, apesar de falarem, são tratadas como produtos descartáveis. Quando começam a apresentar defeitos são sucateadas, quebradas sem piedade, jogadas fora sem pena. Não são bonecas para crianças brincarem, são o substituto das crianças. Mas isso não pode consolar uma humanidade que envelhece, apesar do ditador Volk falar em esticamento da vida humana. E já se começa a desconfiar que Nei, tão perfeita, é uma criança de verdade e não uma boneca, apesar de portar uns mecanismos. Aliás só por ela Layla demonstra sentimentos, sua expressão sempre sisuda só se suaviza com um esboço de sorriso diante do carinho de Nei.
Volk e Westa denotam conhecer o nome de Layla, a guerreira bárbara que circula por Marte. E esta, que quase não fala, além da frase “Tente me matar” dita àqueles que a atacam, parece obstinada com a ideia de se vingar de Volg... por alguma coisa do passado. Alguma coisa pesada.
Afinal, Layla é a vingadora (avenger) do título do seriado...

Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 2019.