Navio fantasma, sangue e avantesmas

NAVIO FANTASMA, SANGUE E AVANTESMAS
Miguel Carqueija

Resenha do filme “Ghost ship” (Navio fantasma). Austrália/Estados Unidos, 2002. Produtoras: Dark Castle Entertainment e Village Roadshow. Distribuição: Warner Bros Pictures. Produção: Joel Silver, Robert Zemeckis e Gilbert Adler. Direção: Steve Beck. Produção executiva: Steve Richards e Richard Mirisch. Roteiro: Mark Hanlon. Música: John Frizzer.
Elenco:
Karl Urban....................................Munder
Gabriel Byrne...............................Capitão Sean Murphy
Julianna Margulies.......................Maureen Epps
Ron Eldard....................................Dodge
Desmond Harrington....................Jack Ferriman
Isaiah Washington........................Greer
Alex Dimitriades...........................Santos
Emily Browning............................Katie Harwood
Francesca Rettondini...................Francesca

“Ghost ship” poderia ser um grande filme de terror mas acaba se perdendo numa salada de ingredientes indigestos e personagens mal construídos. Utiliza uma abertura ostensivamente “gore” (sanguinolenta) para explicar o que aconteceu de tão horrível quarenta anos antes, a ponto de gerar uma tripulação de almas penadas no navio italiano Antônio Graza, que é abordado em 2002 por um grupo de caçadores de tesouros marinhos que navegam no rebocador “Guerreiro do Ártico”. O grupo é chefiado por Murphy (Gabriel Byrne) e inclui Greer, Santos, Dodge e Munder, além de Epps (Julianna Margulies) que acaba virando a heroína da história, embora sem muita vocação. O sujeito que contrata o grupo, Jack Ferriman (Desmond Harrington) possui segundas intenções, que irão aparecer bem mais adiante.
Katie, a menina-fantasma (Emily Browning), é a única aparição simpática; as demais não parecem flor que se cheire, o que inclui o fantasma de Francesca, a cantora do transatlântico. As explicações sobrenaturais são algo toscas e o final é muito clichê de filme de terror.
Apesar da presença dos experientes Joel Silver e Robert Zemeckis na produção, a obra acaba decepcionando, sem personagens marcantes (mesmo Epps não diz muito a que veio) e sem constância na trama, com sustos fáceis e pior, música ruim com excessão do tema romântico interpretado por Francesca no salão de baile do Antônio Graza.

Rio de Janeiro, 23 de dezembro de 2018.