Liberation - filme 5 - The Last Assault (1971) - direção: Yuri Ozerov

Neste último filme da série de cinco dirigida por Yuri Ozerov, os soldados soviéticos avizinham-se do Reichstag, residência oficial de Adolf Hitler. Para dominar a Alemanha, e chegar ao objetivo que tinham em mira, restava-lhes atravessarem o rio Spree. No subterrâneo do metrô de Berlim, Tsvetayev (N. Olyalin) e Yartsev (M. Nozskin) confrontam soldados nazistas. A escaramuça, intensa. E deparam-se com multidão lá abrigada, para fugir da carnificina que ocorre na superfície, bombas a estourarem ensurdecedoramente. Na superfície, devastação indescritível. O centro de Berlim, em ruínas, reduzido a cinzas. Adolf Hitler (Fritz Diez) ordena subordinados seus que abram as comportas de contenção de água para inundar o metrô. E a multidão lá abrigada vê-se na contingência de, para se salvarem do afogamento, subirem à superfície. A cena desenrola-se, as pessoas fogem, e o subterrâneo inunda-se por completo. Enquanto tais eventos se sucedem, Hitler, no seu bunker, na companhia de Eva Braun (A. Waller) e Goebbels (H. Giese), que é apresentado com a perna direita mais curta do que a esquerda, a manquitolar, e membros do alto comando militar nazista transparecem preocupação e resignação, pois sabiam que os comunistas soviéticos aproximavam-se, ameaçadoramente, do Reichstag, e os soldados nazistas mal lhes podiam esboçar resistência. A derrota nazista era certa, sabiam. Atravessam os soviéticos o rio Spree. E Shatylov (A. Romashin) dá a Zinchenko ordem para o hasteamento, no topo do Reichstag, da bandeira da União das República Socialistas Soviéticas, e ele, Zinchenko encarrega Yegorov e Kantaria de empresa que representaria a conquista da Alemanha pelos soviéticos. E a guerra prossegue, nas ruas, Berlim em chamas, devastada, reduzida à pó, e no interior dos prédios em ruínas. Sucedem-se as mortes de soldados de ambos os exércitos. E é hasteada a bandeira soviética no topo do Reichstag.

Enquanto o derramamento de sangue segue caudaloso no centro de Berlim, Hitler, cujas mãos tremulam, caquético, casa-se com Eva Braun, e mata-a envenenada. Dizem os historiadores que Adolf Hitler suicida-se com um tiro. O filme deixa tal questão em aberto, dúvida a pairar sobre o destino dele. Hitler mata-se, ou o mataram, com um tiro? Tal ato, o derradeiro da vida dele, não é exibido. Estão Hitler e um militar nazista, numa sala, a porta fechada. E ouve-se um tiro. A cena não é exibida. Vê-se a porta pelo lado de fora da sala. E abre o militar nazista a porta da sala. E está Hitler estirado no chão, morto. Quem apertou o gatilho?

O militar diz para os que o esperavam no lado de fora da sala que Hitler se matara. Negociam nazistas e comunistas soviéticos o cessar fogo; e os soviéticos exigem a rendição incondicional de seus inimigos.

Os cenários são nus e crus; o realismo, repito o que escrevi nas resenhas aos filmes anteriores, é sóbrio.

Para encerrar, duas cenas: a de Zoya (L. Golubkina), à boca do metrô, então inundado, a observar capacetes militares flutuando na água; e, a de Vasiliev (Y. Kamorny), à procura de Dorozhin. Duas cenas de sensibilidade cativante, contagiante.

E aqui encerra-se o épico de Yuri Ozerov.

... e a guerra continua...

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 26/10/2021
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