Dois filmes indianos imperdíveis na Netflix

- Como Estrelas na Terra - de 2007 - com Aamir Khan no papel do professor e Darsheel Safary como o queridíssimo Ishaan. Direção de Aamir Khan

Já perdi a conta de quantas vezes vi este filme. Gosto dele de um tanto que nem é normal. É a história de um garotinho, feliz a seu modo, mas tido como avoado, preguiçoso, bagunceiro e muito burrinho. Os pais, diante da promessa de expulsão da escola, decidem transferí-lo para um rigoroso internato. Depois de muito sofrimento, sentindo-se abandonado pelos pais e incompreendido pelos professores, fecha-se, em profunda depressão. Até que surge em sua vida um professor de artes, com um método não convencional de ensino, que, aos poucos, vai resgatando sua auto estima, seu talento e sua vontade de sorrir. E o sorriso dele, no final, é uma daquelas cenas que jamais sairão do nosso pensamento. Apesar de já ter contado quase o filme todo, não pense que está no enredo a beleza desta obra de arte. Está na brilhante interpretação dos atores e na triste constatação de que existem milhares de Ishaan por aí, alguns bem próximos de nós, e que a partir deste filme serão vistos com outros olhos.

- Dangal - de 2016 - com Aamir Khan no papel do pai, Fatima Sana Shaikh como a filha Geeta e Sanya Malhotra como a filha Babita. Direção de Nitesh Tiwari.

Baseado na história real das irmãs medalhistas Geeta Phogat e Babita Kumari.

O pai, ex campeão nacional de luta livre (dangal, em indiano) sempre teve o sonho de trazer uma medalha internacional para o seu país, porém, teve de abandonar o esporte, por falta de patrocínio. Transferiu seu sonho para o futuro filho, quando este nascesse. Ocorre que, por obra do destino, só nasciam meninas. Já estava desistindo do sonho, quando, na escola, uma das filhas se envolve em uma briga com um menino, e a maneira como ela venceu a briga o incentivou a treinar suas duas filhas mais velhas para lutas profissionais. No entanto, a verdadeira luta, no filme, é contra o preconceito que pai e filhas tiveram de enfrentar, por parte da sociedade e da própria família. A gente tem pena das meninas, pelo treinamento rigoroso imposto pelo pai, a gente tem pena do pai, quando a filha mais velha se deixa levar por opiniões alheias e critica seus métodos, já se achando melhor que ele, a gente se emociona com o reencontro sofrido dos dois, e a gente torce desesperadamente, na eletrizante cena final. Se você tem crianças em casa, sobretudo meninas, não deixe de assistir com elas. Este filme é uma lição para a vida.