Para rir e desopilar

Fatima Dannemann

Lembram de Quem quer ficar com Mary? Pois os diretores atacam de novo. Os irmãos Bobby e Peter Farrelly voltam em nova comédia tão alucinada quanto a primeira, sucesso no final dos anos 80, Antes só do que mal casado (the heartbreak kid, no original em ingles) com o mesmo Ben Stiller de quem quer ficar com Mary no papel principal.

Dessa vez, Ben é Eddie Cantrow, dono de uma loja de esportes em São Francisco, solteirão convicto e alvo de piada dos amigos, do pai e até de crianças. Um belo dia, ele tenta salvar uma loira de um assalto, se apaixona por ela, casa-se e ai, durante a lua de mel é que o filme de fato acontece: Ben descobre que Lila (Malin Akerman) não é exatamente o que ele esperava de uma esposa: ninfomaniaca, ex-viciada em drogas, com uma voz horrorosa e um desvio de septo nasal que lhe provoca nauseas durante as refeições. Para piorar, Ben conhece e se apaixona por Miranda (Michelle Monaghan), sai com ela enquanto a esposa convalesce de queimaduras por excesso de exposição ao sol e malandramente não diz que é casado.

Apesar do tema sugerir romance, Antes só do que mal casado é mais uma comédia escrachada (com menos cenas escatológicas do que Quem quer ficar com Mary, mas ainda assim com algumas nojeiras). É um filme para rir até o vizinho de poltrona no cinema reclamar ou rir de sua risada (ele decide). Um filme meio doido, é bem verdade, mas nesse mundo quem for 100 por cento equilibrado que atire a primeira pedra.

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Claro que tem cenas desnecessárias: como a de Eddie (americano nato) tentando entrar nos Estados Unidos como ilegal e o clima de melodrama ao invadir o quarto de Miranda agora casada com um vizinho de sua cidade natal, no Mississipi. Mas, o filme vale o ingresso e o final, de fato, surpreende. Afinal, quem disse que Eddie era assim tão bonzinho?

Michelle Monaghan, Miranda, já é conhecida do público por sua atuação em Missão Impossivel 3, Ben Stiller é engraçado e faz seu papel de protagonista direitinho, mas o destaque do filme é mesmo Malin Akerman como a esposa loira e amalucada Lila. É ela quem vai garantir ao espectador os melhores momentos do filme embora em um determinado momento ela praticamente desapareça e tudo fique centralizado em Eddie. Pena. Em vez de tantas cenas de illegals entrando nos Estados Unidos já vistas em América (novela que a Globo exibiu há dois anos), os diretores podiam explorar mais as maluquices de Lila. Ai, sim, o filme iria ser verdadeiramente explosivo. Mas, vale o ingresso e nesses tempos de vacas gordas nas mesas de festa e vacas magras nas telonas, é uma das únicas opções que se salvam na cidade.

Maria de Fatima Dannemann
Enviado por Maria de Fatima Dannemann em 27/12/2007
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