O BOM PASTOR

O BOM PASTOR, de Robert De Niro, EUA-2006

Por FlavioMPinto

Um mergulho profundo nas atividades de inteligência norte-americana no exterior.

Ambientado durante a Guerra Fria nos anos 60, trata da vida de Edward Wilson, um brilhante estudante, de hábitos discretos, sério, observador, meticuloso, inteligente e de poucas palavras, que depois de ser acompanhado pelo sistema de informações é cooptado e passa a integrá-lo.

A direção não disfarça siquer os nomes das entidades envolvidas dando um grau de confiabilidade e realismo muito bons. Mas trata-se de uma obra de ficção relatada com muita frieza .

O filme, na sua linha central, trata de um tema muito controverso na sua aplicação: a lealdade, pois sabemos que ela tanto serve para proteção como esconderijo, tudo dentro do compromisso com a missão e com o país, não esquecendo a exata noção do compromisso com o dever e responsabilidade que gira em torno do que representa.

Enigmático e cativante imerge fundo no mundo da espionagem oficial ensejando algo, que ás vezes vemos/ouvimos como fatos terminais, é nada menos do que a ponta do iceberg: os seus tentáculos, ou onde podem alcançar as ações de inteligência ou contra-inteligência. São atividades que primam pela sutileza e precisão de suas ações e segurança. E alguém tem de fazer o trabalho sujo em nome de ou pelo país. São homens e mulheres comprometidos com a ação do Estado, suas projeções de poder.

Nesse mister, o filme lança seus petardos na direção daqueles que integram o sistema de inteligência abordado: cooptação, formação, controle orgânico e suas conseqüências para a família. Denota-se , também, onde esses agentes são cooptados. Aliás, onde são recrutados os quadros das maiores nações do planeta: os melhores dos melhores ambientes, das melhores universidades. Esse tipo de recrutamento também foi mostrado no filme Sob a névoa da guerra, contando as 11 Lições de Guerra, de Robert Mac Namara.

Imagino como seria se esse tipo de atividade recrutasse por concurso público!

Tudo aparece com destaque na fita. Matt Damon( Soldado Ryan), Angelina Jolie e Robert De Niro, que além de coadjuvante também é diretor. Claro que além disso tudo, tinha que ter um toque de Midas a mais: Francis Ford Coppola.