A última grande lição – O sentido da vida

A última grande lição – O sentido da vida

Autor : Mitch Albom

Tradução de José J. Veiga

Editora Sextante, Rio de Janeiro 2008-10-04

159 páginas

Ultimamente tenho encontrado muita leitura que promete explicar o sentido da vida. Talvez esse tendência seja um sinal de que enfim estamos reconhecendo a futilidade do estilo de vida moderno com seu ritmo cada vez mais frenético. É quase unanimidade que a sociedade atual experimentou avanços tecnológicos como nenhuma geração anterior. Em contrapartida, experimentamos os maiores níveis de estresse e insatisfação de todos os tempos.

Tão simples viver uma vida cheia de sentido, não fosse o distanciamento dos valores primários que nos fazem apreciar os pequenos eventos do dia-a-dia de cada um.

Somente quando a morte parece iminente nos damos conta de quanto perdemos enquanto corremos atrás de fama, status e coisas do gênero.

A Última Grande Lição é fruto de várias conversas entre um ex-aluno e um professor universitário com Esclerose Amiotrófica Lateral (ELA), uma doença neurodegenerativa progressiva e fatal, que abrevia sua perspectiva de vida subitamente.

Enquanto enfrenta a morte, Morrie Schwartz tem a chance de fazer suas reflexões como quem faz um balanço da vida, se é que se pode fazer isso. Graças a Mitch Albom, seu aluno dedicado, que resolve vista-lo toda semana e tomar nota das observações do professor sobre amor, amizade, medo, família, perdão e morte do ponto de vista de quem levou uma vida simples, que perdeu a mãe muito cedo e teve de lutar com muita garra para tornar-se um grande mestre na Universidade Brandeis sediada em Waltham, Massachusetts.

No leito da morte, Morrie não deseja ser tratado com pena, mas com visitas e telefonemas que o façam sentir-se um ser humano útil.

Útil acaba sendo a grande lição que ele ensina a Mitch, que depois da formatura empenha-se em trabalhar exaustivamente com o objetivo único de ganhar muito dinheiro. Sem apontá-lo, Morrie o faz mudar de foco ao refletir que é preciso ser “integralmente humano”.

...“jamais fazer qualquer trabalho que explore alguém e jamais pensar em ganhar dinheiro com o suor alheio”; abrir espaço para coisas mais espirituais; experimentar a emoção de ser pai - assumir responsabilidade total por outro ser humano, amá-lo e se dedicar no grau mais alto... são apenas algumas observações de Morrie.

Morrie observa que somos tão famintos de amor que aceitamos substitutos. Mas a casa, o carro, a imagem que o espelho nos mostra não substitui ternura, suavidade e companheirismo. Quando se precisa de sentimentos, dinheiro e poder não podem dá-los. Como ele mesmo diz, ‘ninguém precisa do último carro esporte ou daquela casa maior.’

Diante de tantas observações realísticas de Morrie, Mitch arranca-lhe comentários enriquecedores sobre os valores que fazem a vida de qualquer pessoa fazer sentido.

Como definiu Micht, Morrie não estava no mercado de auto-ajuda, nem dizendo o que se deve fazer. Estava em pé nos trilhos, escutando o apito da locomotiva da morte e sabendo com muita clareza o que é importante na vida.

Uma leitura muito interessante que recomendo.

Sandra Lima Costa Melo
Enviado por Sandra Lima Costa Melo em 04/10/2008
Reeditado em 09/04/2010
Código do texto: T1211061
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