PARECER DA COMISSÃO JULGADORA SOBRE A PUBLICAÇÃO PELA FCEB – FUNDAÇÃO CULTURAL DO ESTADO DA BAHIA QUE TRANSFORMEI EM PREFÁCIO DO MESMO LIVRO.

A obra apresentada consta de 8 peças curtas, destinadas ao público infanto-juvenil, abordando temas tradicionais da religião, da cultura regional e universal, com forte espírito formativo e recreativo.

“O Auto das Dores de Cristo” retrabalha trechos da Bíblia, recordando episódios centrais da vida de Cristo, pondo em cena a dramaticidade humana, o jogo de relações interpessoais, em 11 cenas que preveem performances coreográficas, músicas e jogos de cena. A peça “Paz... Paz... Paz... Páscoa!” ou “Quem Duvida da Dúvida?” utiliza o espírito renovador da data religiosa para explicar, em cenas divertidas, a importância da dúvida nas relações discursivas dos indivíduos entre si e na relação entre o mundo e as ideias. A peça “Auto do Presépio de Natal” também participa desse mesmo sentido de apropriação e redimensionamento pela transfiguração teatral. Trata-se de peças de efeito comemorativo, próprias do título “Teatro Nosso Cada Dia”, pela oportunidade que oferecem de se recuperarem certas vivências que caíram no domínio mercadológico, mas que podem readquirir, pelo teatro, um sentido mais amplo, formativo de reflexão e ao mesmo tempo de diversão.

As demais peças, “Pinóquio”, “O Grande Circo da Mamãe”, “Fuga Num São João”, “O Jardim das Abelhas”, “Por um Triz... Triscou, Pegou!”, estão ligadas à diversão através de textos substanciais, fator tão importante no teatro para jovens. De forma leve, divertida, alusiva, comemorativa, os temas da vida, valores, situações, circunstâncias são postas em cena para reativar o imaginário, a fantasia, com efetiva exploração de efeitos cênicos, diálogos substanciais, com conteúdos que ensinam, divertem, envolvem, inclusive, utilizando aspectos da linguagem e da técnica circenses.

As peças de Fernando Peltier têm qualidades apreciáveis, em termos de jogo cênico, poesia, música e alegria, fatores que certamente agradarão ao público infanto-juvenil a que se destinam, como uma contribuição importante ao nosso teatro.

A publicação dessas peças fará bem ao teatro baiano, ao teatro amador, ao teatro escolar, pois as peças propostas podem ser encenadas em diferentes níveis de produção, de cenários, de interpretação, direção e aplicação, a depender de seus objetivos finais. Seria inclusive, de bom alvitre que as diversas partituras musicais previstas pudessem integrar o volume, como anexo, a fim de, orientarem a ambientação musical tão rica que é proposta pelo autor. Enfim, considerando a qualidade e a pertinência da obra, somos de parecer favorável à sua inclusão no acervo do Selo As Letras da Bahia.

Salvador, 30 de abril de 2003.

(Comissão Editorial SELO BAHIA:

Adinoel Motta Maia,

Aleilton Santana da Fonseca,

Gerana Costa Damulakis,

Hélio Pólvora de Almeida

Mário de Macedo Calmon Bitencourt

Waldir Freitas de Oliveira).

Secretaria de Cultura: Fundação Cultural do Estado da Bahia:

Av. Tancredo Neves, nº 776, Rua Chile, s / n, Palácio Rio Branco,

Bloco B, Centro,

7º andar – Pituba, CEP 41.820-020. Salvador, CEP 40.020-010.

ISBN: 85. – 7505 – 129 - 6

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 12/10/2014
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