Pesquisa em Comunicação

RESENHA DO LIVRO DE MARIA IMMACOLATA VASSALO LOPES PESQUISA EM COMUNICAÇÃO

“Pesquisa em Comunicação”, de Maria Immacolata Vassalo Lopes, foi editado pelas Edições Loyola, possui 148 páginas. O desenrrolar da teorização conta com seis gráficas explicados no decorrer do texto, pois dizem respeito ao conteúdo refletido.

Maria, Immacolata propõe através dos fenômenos comunicacionais, mostrar como a comunicação, enquanto ciência, vai se autonomizando na área das Ciências Sociais e Humanas. Levanta, também a problemática com relação à produção científica inserida em um dado contexto social, político, econômico e cultural, fator determinante das objetivações científicas. Assim, vai-se desenvolvendo toda uma discussão crítica entre cultura popular e comunicação de massa. Uma terceira linha de sua pesquisa se refere à problemática metodológica, tanto no que concerne conteúdo teórico como à sua aplicabilidade.

Seu livro foi distribuído em seis capítulos, seguindo uma lógica seqüencial. No primeiro capítulo, contextualiza a origem e desenrolar do mercado cultural no Brasil, bem como as pesquisas teórico-práticas desenvolvidas no campo da comunicação. O segundo, por sua vez, trata dos paradigmas teórico metodológicos realizado nas Ciências Sociais e na Comunicação. No terceiro capítulo, apresenta a Organização Institucional da Pesquisa em comunicação na Universidade. Fala das problemáticas metodológicas na prática dessa pesquisa, no quarto capítulo. Os capítulos quinto, sexto e sétimo retratando o modelo metodológico enquanto leitura e prática, instâncias e frases da pesquisa, respectivamente.

A autora sugere o modelo teórico crítico a partir das exposições dos diversos paradigmas, efetuando críticas a respeito. Faz crítica, especialmente aos modelos funcionalista e marxista, apesar de constatar que até hoje, o que vem dominando o mercado científico são as produções funcionalistas.

São os alunos-autores, segundo Maria Immacolata, que fazem suas opções metodológicas de acordo com determinados critérios que visem atender às condições de pesquisa, enquanto objeto e objetivos. Deixa claro, que o decurso científico não pode conter contradições internas e externas, e, é inteiram, de responsabilidade do cientista pesquisador. Apresenta as técnicas quantitativas e qualitativas como complementares no processo de problematização – desfecho da pesquisa, pois elas trazem em si, a constatação das vantagens e limites metodológicos e epistemológicos.

Para ela, a conclusão é um “tópico em que se faz o balanço dos resultados alcançados. “Assim, constata-se os objetivos conseguidos e as possíveis contribuições para o universo científico.

Lendo a obra, deparei-me com uma realidade metodológica “muito teórica” e pouco utilizada nos trabalhos universitários que realizo. Explico-me: falta mais reflexão teórica nos trabalhos que eu e meus colegas realizam. Digo isso porque percebi o quanto cresci lendo “Pesquisa em Comunicação”. Penso que a autora foi feliz com sua problematização teórica apresentando as diversas correntes epistemológicas e deixando nas entrelinhas e também explícito – sua crítica metodológica.

Apresentando a realidade brasileira, desde o meio da criação da Indústria Cultural, ela abriu um leque dinâmico e atual das reflexões teóricas desenvolvidas no país. Acredito, como ela, que as problematizações de caráter social ajudam a sociedade a crescer, pois visam transformações Social, num determinado contexto.

* Resenha realizada em 1999.