Divórcio

LÍSIAS, Ricardo. Divórcio. Alfaguara, 2013.

Recém-casado, o narrador encontra e lê o diário da esposa, uma jornalista que cobre a área da cultura. A opinião dela sobre ele é um choque. Além de debochar do marido, ele também descobre o quanto ela é uma profissional antiética.

O pano de fundo e uma espécie de apoio em momento tão sórdido da vida é a preparação para correr uma maratona.

O autor, Ricardo Lísias, é adepto da autoficção e o livro causou polêmica exatamente por isso. Eu conheci a obra de Lísias em uma aula/lançamento do livro "Concentração e outros contos".

Por ter lido essa obra primeiro, achei o autor um pouco repetitivo e, portanto, cansativo. No entanto, a leitura do livro de contos foi uma boa distração ao tipo de literatura proposto. Um estilo rebuscado para não falar elitizado. A ironia de “Divórcio”, por sua vez, consegue arrancar algumas risadas.

Também penso que a autobiografia ficcional é uma espécie de oportunismo e por esta razão criativamente limitada. Além de se debater a questão ética porque até que ponto um escritor pode usar pessoas reais como personagens de uma obra literária sem autorização?