Resenha: Procura-se o Romeu, de Déa Alhadeff

A literatura é pródiga de escritores que souberam usar as palavras para descrever ações e sentimentos como ninguém. Usar as palavras literárias de forma sublime pode tornar um autor clássico e (re)memorável ao longos dos tempos. O escritor, em seu meio social que o influencia em sua arte, demonstra o quanto a representatividade literária pode ser importante para a vida do leitor, cujo prazer pela leitura contribui para a permanência do autor no meio literário.

Ao longo do tempo, podemos perceber vários exemplos assim. Um deles foi William Shakespeare, escritor inglês com conjunto de obras invejável. Uma das mais conhecidas foi a peça Romeu e Julieta, adaptada e relida várias vezes tanto nos palcos quanto nos cinemas. A releitura mais recente é a obra "Procura-se o Romeu", de Déa Alhadeff (escritora de "Segredos de uma Jovem Espiã" e "Desaparecido").

Lançado em 14 de dezembro de 2018, o livro conta uma versão bem diferente sobre o casal mais famoso da literatura. Após a morte de Romeu, Julieta consegue o poder da imortalidade com o objetivo de encontrar a reencarnação do amor perdido. No entanto essa não é uma tarefa fácil: passaram-se mais de 400 anos e não houve nenhum êxito. Até que de volta à Itália, Julieta encontra a família descendente de Romeu - a qual tentou manter a história ao longo dos anos com um único objetivo: o reencontro dos dois.

Em seus caminhos por seu país natal, Julieta conhece Valentim - e descobre que ele apresenta boas chances de ser a reencarnação de Romeu, e os dois acabam se envolvendo amorosamente. Em meio a uma bela história de amor, há também o perigo de uma seita secreta que ameaça a paz do casal, pois seu alvo é Julieta Capelletti, a original e única. A partir desse momento, a história se desenvolve em um misto de aventura e trama policial, aproximando ainda mais Julieta e Valentim. Romeu, no entanto, jamais é esquecido, aparecendo como guia e orientador de Julieta ao longo de sua trajetória.

O enredo resgata personagens importantes na história original da peça. Uma delas é Rosalina que, por não ter recebido o retorno de seu amor por Romeu, tenta sucessivamente matá-la. Nesta jornada, Julieta descobrirá que precisa separar o passado do presente se quiser ter um futuro ao lado de seu verdadeiro amor.

Apesar de curta, a obra apresenta boa consistência na narrativa e nas descrições dos acontecimentos. Uma leitura leve, rápida, mas rica em referências literárias e uma viagem inesquecível pela Itália tão amada por Shakespeare. Uma ótima dica para iniciar as leituras de 2019.

Ricardo Miranda Filho e Lorena Silva
Enviado por Ricardo Miranda Filho em 17/01/2019
Código do texto: T6553199
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