Das vanguardas ao pós-utópico

Em “Das vanguardas ao pós-utópico: ficção brasileira no século XX”, Flávio Carneiro traz alguns apontamentos em relação à ficção brasileira, traçando um roteiro que compreende desde às vanguardas até o período designado de “pós-utópico”. Tal termo foi criado por Haroldo de Campos, a fim de melhor conceituar os acontecimentos ocorridos em meados dos anos 80 no campo literário. Para o autor essa designação é mais apropriada do que o termo “pós-moderno”, visto que evita ambiguidade e abrange de forma mais precisa o que o Haroldo de Campos define como modernidade. Tanto a geração de 20 como a de 30 apresentavam algo de missionário, eram guiadas por um projeto literário definido e ousado. De um lado expressavam certo engajamento, do outro, demonstravam um aspecto superficial, conforme destaca a crítica de Oswald Andrade e Mário de Andrade. Esse teor superficial é relativo à “festividade”, um descompromisso com questões estruturais consideradas mais sérias. A passagem do “moderno” para o “pós-utópico” é assinalada como uma “esperança programática” que permite ver no futuro, uma realização adiada do presente.

CARNEIRO, Flávio. Das vanguardas ao pós-utópico. In: _. No país do presente: ficção brasileira no início do século XXI. Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 13-34.

Prí Gomes
Enviado por Prí Gomes em 03/03/2019
Reeditado em 08/03/2019
Código do texto: T6588728
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