O FIM DE POMPEIA

Miguel Carqueija

Resenha do romance “Os últimos dias de Pompeia”, de Lord Bulwer Lytton. W.M. Jackson Inc. Editores, São Paulo-SP, 1947. Grandes Romances Universais, volume 8.

Este romance de autor inglês é um dos mais conhecidos do século 19. Ainda que algo prejudicado por diálogos rebuscados é notável pela recriação da cidade romana destruída pela apocalíptica erupção do Vesúvio no ano 79 e pela aliciante trama que envolve vilões, heróis e outros personagens que se moviam naquela atmosfera de costumes bárbaros, como as lutas de gladiadores e a entrega de vítimas humanas às feras — no caso um leão e um tigre, pois em Pompeia tais espetáculos eram mais modestos que os do Coliseu de Roma.
Arbaces, o vilão, seria na verdade o célebre egípcio Hermes. Ele cobiça a jovem nobre Ione, esta porém ama e é amada por Glauco, um ateniense. Olinto é um cristão — naquele tempo eram chamados nazarenos — e Apecides, irmão de Ione, é um sacerdote do culto de Ísis. A pequena escrava cega, Nídia, desempenha um papel importante.
A trama, quase policial, que inclui raptos, assassinatos, imposturas, traições, romance, violência e ciúme, é repleta de reviravoltas com personagens de diversos contornos, mas tudo será atropelado no final pela monstruosa erupção vulcânica que conservou Pompeia para os pósteros. Um romance que merece ser lido.

Rio de Janeiro, 15 de fevereiro de 2019.

Imagem, capa da edição das Paulinas.