FALCON, Francisco, Mercantilismo e Transição. Editora Brasiliense, 1981.

O período histórico que ocorreu inúmeras mudanças específicas que marcaram a transição entre feudalismo e capitalismo no ocidente é o que chamamos de mercantilismo.

O mercantilismo pode ser entendido também, como a primeira fase do capitalismo, caracterizada pelo papel motor do comércio e pelas atividades relacionadas a ele que antecederam o surgimento do capitalismo industrial. Há outras definições, que dizem que o mercantilismo é um sistema que caracteriza a chamada economia nacional ou mundo de produção situado entre o feudalismo e o capitalismo.

Enquanto estrutura econômica o mercantilismo se contrapõe ao capitalismo. As formas de produção camponesa baseada em cercamentos feitos na Inglaterra por setores da aristocracia e por elementos burgueses com a finalidade de imprimir as relações no campo com caráter capitalista, pressupondo a todas as formas de exploração com expropriação e expulsão do campesinato.

A estrutura social do mercantilismo é conhecida como sociedade do antigo regime, caracterizada como sociedade de ordens.

Esta denominação foi criada pelos revolucionários franceses para identificar e condenar aspectos econômicos, sociais e políticos da sociedade francesa até 1789.

Estruturas políticas do mercantilismo, o Estado absolutista é um Estado moderno construído historicamente no decorrer de séculos e de lutas sociais no final da Idade Média, criado com ideais contra o papado, o império e contra as tendências localistas dos senhores feudais e das comunas urbanas, afirmando-se como Estado territorial governado por príncipe com uma complexa política de concentração de poder e centralização administrativa. O estado moderno define-se como estado monárquico absolutista, em que todo o poder estar as mãos de um rei ou príncipe.

A natureza social e política do Estado moderno se deu com o auxílio da burguesia em oposição aos senhores feudais, mas, os príncipes contaram com o apoio da aristocracia, clero e nobreza, para que fosse criado um governo centralizado, porque para eles era vantajoso e os setores minoritários foram a oposição desse tipo de governo. Entretanto, houve oposição de alguns setores da burguesia urbana.

A natureza neutra desse estado seria dissociar o príncipe de sua própria classe que o transforma e ao poder que encarna, a aristocracia é ainda a classe dominante econômica, política e ideológica.

O Estado absolutista se aliou cada vez mais a burguesia emergente devido a ampliação das suas funções e das necessidades financeiras que exigiam práticas econômicas e políticas eficazes.

Já a burguesia mercantil encontrou na aliança com os príncipes a oportunidade de expandir seus interesses econômicos e políticos, a oportunidade de aumentar seus espaços econômicos menos sujeitos aos caprichos dos senhores feudais e das comunidades urbanas.

O apoio do estado com a burguesia mercantil impediu a concorrência desleal entre os comerciantes e mercadorias estrangeiras, ao mesmo tempo capaz de favorecer os interesses da burguesia não apenas com auxílio financeiro e direito de monopólio concedidos como privilégio, mas, assegurando mão-de-obra abundante. Essas contradições que envolvem o Estado absolutista o caracteriza como feudal e capitalista, é uma relação contraditória em que pelo fato de o estado absolutista apoiar o capital não o impede sua defesa a manutenção dos interesses senhoriais ou feudais da aristocracia dominante.

Para recompensar o declínio da renda feudal o estado absolutista necessita aumentar seus próprios rendimentos por meio de arrecadação e isto só é possível aumentando e estimulando as atividades produtivas e comerciais.

Zeneide Cordeiro
Enviado por Zeneide Cordeiro em 08/07/2019
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