A história do Dragão Vermelho

Resenha do romance "Dragão Vermelho", de Thomas Harris. Edições Best Bolso, terceira edição, 2014. Tradução: José Sanz. Título original norte-americano: "Red dragon", 1981 Yazoo Fabrications, Inc. Capa: Sérgio Campante.
Hannibal Lecter é um personagem sobejamente conhecido nos anais do terror e da história policial, graças principalmente ao sucesso e ao impacto causado pelo filme "O silêncio dos inocentes", onde até Roger Corman participou do elenco. O Dr. Lecter é um vilão apavorante pelos seus hábitos canibalescos, e a surpreendente que mesmo assim ele tenha, ao que parece, fãs.
Anthony Hopkins, conhecido astro do terror, é o intérprete do Dr. Lecter no cinema.
Em todo o caso o romance "Dragão Vermelho", que também foi filmado, e que dá início, suponho, à série (embora fale de acontecimentos anteriores), apesar de contar uma trama complexa, bem elaborada e repleta de ideias originais, ressente-se de certa crueza além da vulgaridade dos personagens, uso desnecessário de baixarias.
Falta o "molho" dos grandes romancistas policiais dos velhos bons tempos, como Dashiell Hammett, Erle Stanley Gardner, Leslie Charteris, Agatha Christie, Georges Simenon, Dorothy L. Sayers, Carter Dickinson e tantos outros.
No fim das contas Lecter aparece muito pouco e Will Graham é um protagonista insosso com seus problemas familiares e dramas existenciais.
E o romance não tem um pingo de humor, sendo narrado de forma fria e às vezes melodramática.
A jovem cega e a interferência final da esposa Graham estão entre os melhores elementos do Livro.

Rio de Janeiro, 29 de julho de 2020.