Resenha - Dicionário de nomes próprios

Minha leitura desse livro foi interessante, e o processo de criação dessa resenha também, já que baseio este texto nas anotações que fiz no próprio livro, quando comecei e quando terminei a ler.

E o interessante é que o espaço de tempo entre uma coisa e outra foi muito curto - o li em menos de 24 horas.

Comprei o livro na noite de um sexta-feira, e li a contracapa e as orelhas ainda no corredor da loja. Como estava em promoção, e a história me interessou, resolvi comprar. Na fila, li 18 páginas (era uma loja de departamentos). Quando cheguei em casa continuei a ler, e na manhã do dia seguinte continuei a ler, e o terminei pouco antes de almoçar. Foi assim que li as 156 páginas desse livro, pequeno mas intenso.

O que faz o livro ser bom, o que dá um motivo para lê-lo, é que ele conta a história da vida de Plectrude, desde o ventre de sua mãe, e a escolha de seu nome, do que se origina o título do livro.

E o que me fez gostar do livro é a profundidade com que entra na formação da personalidade social e psicológica de Plectrude, em sua infância e adolescência. É bela, por exemplo, a descrição de como ela aprendeu a falar: “Ao falar, valia-se da mesma parcimônia filosófica que emprega ao comer. Cada nova palavra exigia-lhe tanta concentração e meditação quanto os alimentos que surgiam em seu prato.

Plectrude era especial, e de certa forma não se encaixava em meio aos demais pois não convencia-se a fazer o que todos faziam, ou da forma como todos faziam. Na escola, no balé, em todo lugar. Ainda assim, Plectrude passou por experiências extremamente comuns, se apaixonou, se machucou, aprendeu, dançou. Sofreu a influência da sociedade, a criticada opressão da magreza, talvez a grande crítica social do livro.

A parte final, no entanto, me deixou um pouco desapontado. O final é a única divisão formal em todo o livro. Há uma mudança no estilo da narração. Mas o que me desgostou nesse encerramento é a aparição da personagem, Amélie Nothomb, a autora, que é morta pela protagonista, de uma forma meio abrupta, sem um contexto tão detalhado como cada cena da vida de Plectrude era detalhada.

De toda forma, é a parte central que dá valor ao livro, a descrição psicológica da personagem e o desenvolvimento de seus sentimentos e intelecto.