E OUTRAS HISTÓRIAS DE UM IRREQUIETO VIOLINISTA - Roberto Twiaschor 
 
Quem tem acompanhado os meus textos percebe que o meu foco é o ser humano, que se manifesta através de seu trabalho, que é uma das marcas de sua passagem por esta terra e por este tempo corrente e que caracteriza em muito o seu modo de viver... 
Assim, tenho assinalado trabalhos oriundos de vários estados brasileiros, e apresentado pessoas que não fazem parte diretamente do nosso dia a dia, mas que tem uma História para contar... 
Neste Re_ComendoLivros, abordando assuntos diversos, procuro atingir as sensibilidades das pessoas, com o fito de provocar discussões e reflexões...
Estamos em fins de mais um ano, em que houve perdas e ganhos, tanto pessoais quanto coletivos... 
Ano este, em que o nosso presente político foi redesenhado, e a meu ver, o nosso futuro parece ter muito de um passado, que muitos de nós pensávamos ter esquecido... 
Estamos todos focados numa promessa de inovação que se mostre responsável! 
– Permitam-me a ressalva de que se trata aqui de uma defesa intransigente de que o bem da população e a saúde da sociedade no todo, deve ser e ter o foco primordial de nossos governantes! 
Neste fim de 2020, quantas preocupações não assaltam nossos corações e mentes? 
E no 2021 que se iniciará, queiramos ou não, estejamos vivos ou não, o que está reservado, para nós mesmos, para os nossos, para a população em geral? Incógnitas diversas, que não trazem ainda o prenúncio dos rumos que as coisas tomarão
Ou será que me engano?
E assim, vamos caminhando...
- Pois o nosso caminho sempre será construído pelos nossos pés... E a cada passo deles...
Já na esfera da cultura, quantas não foram as perdas que tivemos...
Perdas que ao serem notificadas, dão-nos idéia da riqueza que nos furtávamos em olhar...
O que implica na urgência em ter-se uma divulgação cultural maciça...
Mas, o que vemos?
O que temos?
Já, no berço de toda cultura para a sociedade, nas escolas, os currículos escolares foram modificados... Será este o caminho?
Assim, os fins parecem plenos de perguntas, carentes de respostas...
E é urgente que nós não nos calemos, e que de nossa diversidade surja uma diretriz, fruto de um consenso...
E para dar suporte ás novas diretrizes, eu prego a observância atenta àqueles que pavimentaram o caminho que passamos na corrida dos dias e das horas... Observemos os exemplos de trabalho e dedicação...
Para que através deles façamos o nosso melhor!
– Pois a cópia dos exemplos é antes de tudo impossível!
Que se quebre o silêncio...
Que se juntem as gentes... E que juntos façamos um belo e lindo futuro!
Dos fins que venham os mais auspiciosos (re) começos!
E assim, faço a apresentação do livro “Memórias e outras histórias de um irrequieto violinista – O triste fim do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo” de Roberto Twiaschor, neste primeiro de Outubro, dia da música.
- Não pelo que discorre como perda, mas pelo que mostra em inovação, renovação e confiança no futuro!
Confiança em si e nos outros!
Nesta biografia Roberto Twiaschor demonstra familiaridade com as palavras, igual a que desfruta com a música, habilidade desenvolvida em anos como missivista no Jornal O estado de São Paulo, onde põe á mostra toda a sua preocupação social. É também engenheiro, e foi sucessor de seu pai na gestão de sua empresa familiar, dedicando-se em paralelo à música.
Desde os sete anos de idade, demonstrou intimidade com a música, com talento artístico e sensibilidade resgata de seu violino a arte dos grandes mestres.
Com discrição e carisma o agora escritor colhe desde a muito tempo os aplausos que ecoam nos lugares em que se apresenta.
Assim, realizar em si mesmo o ideal da música não era suficiente, era preciso transmiti-lo aos outros, aos jovens...
Daí, que se registre a sua contribuição para o magistério, destacando-se o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, espaço em que empreendeu a criação da Orquestra de Cordas, atuando como “spalla” e diretor musical. Corajoso, probo, apontando as irregularidades no âmbito do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, é testemunha dos fatos que levaram a seu fechamento.
Este livro é uma biografia, escrita por Roberto Twiaschor e conta a sua trajetória de vida, seus passos na música clássica, e sua luta pela manutenção do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, do qual foi diretor.
É também um registro histórico, e um louvor de amor á musica e a arte. Dando eco á voz de Aracy da Silva, prefaciadora deste livro, também desejo que: “Esta obra resista ao tempo e constitua instrumento de luta pela prevalência do primado do homem, a razão e, sobretudo, o amor.”
E diante das dificuldades enfrentadas neste ano que finda, e pensando nas que ainda nos aguardam, fica aqui um lembrete: - Que seja bem-vinda a música! Pois, como assinala F.W. Nietzsche,no livro “Crepúsculo dos Deuses”, “Sem a música, a vida seria um erro.”
 E além da música, necessitamos também de memória!
E Roberto Twiaschor é tanto música quanto memória, vivo e pleno em nossos ouvidos e coração!