Regresso ao passado

REGRESSO AO PASSADO

Miguel Carqueija

 

Resenha do romance de ficção científica “Regresso ao passado”, de Philip K. Dick. Editorial Panorama, Alferragide (Damaio), Portugal, sem data. Título original: “Counter-clock world” (Mundo contra-relógio), copyright 1967 do autor. Tradução: J.M. Ferreirnha. Série Antecipação, 8.

 

Philip K. Dick é um autor norte-americano conhecido pelas suas bizarrices. Este romance é de todo extravagante, pois supõe um fenômeno físico que faz com que o tempo como que recue na Terra: a “Fase Hobard”. E isso num futuro não muito distante da época em que o autor escrevia.

Vemos de início como o policial Joseph Tinbane, passando de aerocarro pelo cemitério, ouve uma voz feminina chamando. E aí ficamos sabendo que as pessoas sepultadas estão aos poucos revivendo, pedem ajuda para serem exumadas, há todo um esquema para cuidar disso.

E porque o tempo está recuando as pessoas não se cumprimentam dizendo “Olá” mas “Adeus”; e se despedem dizendo “Olá”. Não comem, vomitam.

O autor não se preocupa em explicar como fica a natureza nesse esquema. Há todo um quiproquó em torno de um tal de “Anarquista”, cuja ressurreição é mal vista por um grupo. Há uma droga chamada “sogum”, amplamente consumida. Pior ainda, como todo mundo vai rejuvenescendo, no fim tem que entrar em algum ventre materno (???) onde deixará de existir depois de nove meses.

Novela irritante.

 

Rio de Janeiro, 1º de novembro de 2021.