As Crônicas das Guerras de Lodoss

AS CRÔNICAS DAS GUERRAS DE LODOSS

Miguel Carqueija

 

 

Resenha do romance “A bruxa cinzenta”, volume 1 das “Crônicas das Guerras de Lodoss”, de Ryo Mizuno e Hitoshi Yazuda. New Pop Editora, sem data. Título original japonês: “Shinsoban Lodoss to senki”, volume 1, “Haiiro no majo”, “copyright 1988 por Ryo Mizuno, Yutaka Izubushi e Group SNE. Kadokawa Corporation, Tóquio, 2013. Tradução: Suellen Sato Ide.

 

Uma das mais interessantes sagas de espada-e-magia (gênero que segundo consta foi criado por Robert Howard) é a das “Crônicas das Guerras de Lodoss” — uma grande ilha, ou na verdade um pequeno continente, semelhante à Austrália e situado num planeta imaginário.

Em Lodoss há de tudo: magos, feiticeiros, dragões, elfos, anões, goblins e reinos diversos. O primeiro volume, “A bruxa cinzenta”, escrito por Ryo Mizuno e ilustrado por Yutaka Izubushi, baseou-se num RPG de mesa, com a participação de Hitoshi Yazuda, autor do posfácio. Mostra uma história de jornada onde seis pessoas diferentes, aliás bem diferentes entre si — duas delas não são humanas – lutam contra forças terríveis que se embatem em Lodoss,mormente a assustadora bruxa Karlla, que desde longa data joga os povos uns contra os outros, provocando grandes morticínios, tudo em nome de manter o equilíbrio.

O líder do grupo é Parn, um jovem cavaleiro inexperiente e impulsivo porém forte e corajoso, que quer seguir os passos do pai e realizar grandes feitos — porém, tem como ponto fraco sentir ódio para com os inimigos. Mesmo sendo estes cruéis, nutrir ódio é falta de sabedoria.

Slayn é um mago relativamente poderoso que morava, como Parn na vila de Zaxon, em Alania (nordeste de Lodoss), formado na escola de Sábios de Alan. É um pouco lerdo e pouco dado a exercícios físicos.

Etoh é um monge ou frade da Ordem de Pharis: se fosse na Terra poderia ser um religioso católico. Em Lodoss acredita-se em vários deuses, embora Pharis seja o supremo. Etoh é amigo de Parn e decide acompanhá-lo. É corajoso mas gentil e espiritualizado.

Ghim é um anão, uma raça das florestas. É forte e sólido, usa machado e seu jeito é bastante rude. Entra na aventura para localizar Lailla, a desaparecida filha da sacerdotisa de Marfa, Niece.

Deedlit surge logo depois. Ela é “a elfa nobre que caminha entre os humanos”. É um caso especial, pois abandonou o seu povo em busca de aventuras. Afinal, nada acontecia entre os elfos. Deedlit é meiga e bondosa e controla sílfides, que ela pode convocar para ajudá-la. Acaba gostando de Parn e decidindo juntar-se a ele, mas o rapaz é um herói apático que pouca atenção lhe dará. Aliás Parn é um herói que se embebeda, embora não habitualmente.

O último membro do grupo é Wood-chuck, um ladino — eufemismo para ladrão — que perdeu a sua juventude em mais de vinte anos que permaneceu encarcerado — o que gerou um sentimento de rude revolta. É um dos personagens mais marcantes do livro, com seu caráter dúbio e imprevisível.

Assim são os personagens principais envolvidos numa situação emocionante que os transcende, onde reis poderosos, magos antigos e grandes exércitos se digladiam.

Esta série foi adaptada em mangás e desenhos animados.

 

Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 2021.