A ILUSÃO DO ETERNO

A ILUSÃO DO ETERNO

O aprendizado me foi dado, pelos meus pais e mestres no dia-a-dia de minha vida de criança, na esperança de um alvorecer fasto de venturas, no caminho indefectível do saber. Com esforços e sofrimentos nunca perdi a vontade de vencer. De marcha e contramarchas aqui estou. Conheci uma pessoa nobre, inteligente, competente e com seu intelecto, mostrava em versos, sua arte emérita de transformar seus pensamentos em belas poesias. Companheiro de caserna e academia, reluzia com simplicidade, estribando-se na aura celeste dos grandes seres, com sua eloqüência fazia referências às artes das celebridades e grandes intelectuais. Mais uma vez fui escolhido para impulsionar o versejar de um poeta piauiense, de Luzilândia no vizinho estado do Piauí. Piauí terra querida filha do sol e do Equador, seu nome deriva de um tipo de gado bovino de pequeno porte e dotado de cornos desenvolvidos. “Gado piauí”, cambindas (Dança na quais os dançadores, de cócoras, se movem ao som da música), e no levantar e torcer o sabugo da cauda de uma rês, para derrubá-la ou encostá-la ao mourão a fim de ser facilmente ferrada. Do Tupi vem pi'au, piau, nome genérico de vários peixes nordestinos. Piauí, rios dos piaus. Esse peixe em transformação virou poeta de verve com grande extasia, que arrepia os mais endurecidos corações. Waldir Rodrigues é seu nome, um carvalho em deslumbramento, nos momentos inspiradores sara as dores de qualquer acumpliciado, com o belo e o eterno.

Mais uma obra prima que me fascina e satisfaz, com amor e deslumbramento de outro comentário: “Rosas do Nunca mais”. É um cavaleiro alado, através dos enlevos da imaginação. Waldir sempre afirmava que “A ilusão do Eterno”, era uma de suas melhoras obras, além de fascinante tinha o brilho constante dos grandes diamantes, a reluzir em seu coração. Uma coletânia de crônicas que emanam da alma desse grande homem do saber, do pensamento fácil e solto, revolto aspira, adentrar através de uma ciranda nos fulgores da eternidade. Menezes de carvalho, retrata com nuanças as grandes conquistas e as velhas esperanças, dos momentos vividos e que marcaram a vida de Waldir. Ele se manifesta, através de duas palavras ricas em dinâmica, ressalta as asperezas da vida que teve de passar, sentir na pele o ardor de exames dolorosos. Pensa nos sofrimentos do Mestre Jesus, no seu martírio, mas vê de repente com certo torpor a fisionomia de um doutor calvo, de óculos bifocais, cabeça baixa, ao examinar seu laudo pericial. Com uma bela arquitetura desenhou um pequeno coração, com duas artérias enormes e multiformes, parecendo uma aberração de tamanha disparidade, para um ser frágil, mas viril.

Mesmo com trejeitos, sabia que carregava no peito um coração desafinado, cujo repertório de batidas poderiam se exaurir de uma hora para outra. Uma pergunta soou no ar: irremediável doutor, perguntou Waldir? Infelizmente! Amigo, respondeu. A dúvida veio a calhar o pensamento: quantos dias, horas, semanas, meses ou anos insanos terei que passar! Waldir tirou de letra e ainda fez graçinhas com a atendente, levantando a cabeça e olhando para os céus, algumas estrelas acenaram para um irmão cheio de emoção, em sua aflição, de repente sentiu o aceno das amigas de Aldebarã.

Sentiu-se recompensado e ressuscitado, pois um grande poeta não pode ser esquecido e iludido por um coração moroso. Saltitou, beliscou a sua mente e de repente seu subconsciente começou a emanar, velhas crônicas, amareladas pelo tempo, porém no momento certo do intelecto, não se fez de rogado, colocou o espólio do seu triste inventário, mas de um rico imaginário pertencente a um ser valente, competente, inteligente, persistente escritor, doutor das letras, dos poemas. Descobriu que a vida tinha que continuar jamais se entregar, sua destinação era vencer tudo, já estava escrito. Maktub! Nome de origem do núcleo árabe: “Maktub”, “Insch’Allah”, “Mulher espetaculosa” e “Arder no mármore do inferno” são palavras que se popularizaram com bastante rapidez. A obra “Ilusão do Eterno”, é composta de crônicas avulsas e crônicas amorosas, de rara beleza e não me sobraria espaço para “aquarelar” tamanha formosura. Nada desperdicei e com a alma endógena retratei, pois um sentimento de amor e ternura veio aferir meus pensamentos e num belo momento despertei. Qual a mais bela ? Não sei! E para não cometer desatinos, fiz o meu expurgo intelectual, se esquivando das injustiças, fiz uma relação haurida e nominal: “A vida começa amanhã; Envelope azul; Irreverência; Divagação; Meu filho! Meu filho!; Fatalidade; Rondó para o meu pai morto; Discriminação; A crônica que não sei escrever; Rubens; Quanto os plátanos florescem; Saulo! Saulo!; História da estupidez humana; Matusalenidade; Buchada de bode; Trapalhada de defunto; Manjar do céu; Porre divino; Ato penitencial; Carta a um poeta luzilandense; Recado para Solange; Desencontro e Luiz Gama”. Essas são as feéricas crônicas avulsas que repulsam os ingratos e insensatos que não desejam nada do saber, desistem de imantar o entreter.

Para encerrar esse simples comentário de um grande escritor, faço-o com amor e paixão, pois sou fã ardoroso desse divino poeta, escritor e douto das letras, delegado sem encrencas, não gera polêmicas, pois além de acadêmico das letras é um grande defensor da sociedade. Nas crônicas amorosas deparei-me com coisas gostosas que fiz reviver meus velhos tempos de rapazola inexperiente, mas de identidade segura, pois era no futuro que me amarrava. “Cartas; Prelúdio de amor e de paixão; Rosas murchas; lugar de sempre; Crônicas do tempo perdido; Graham Bell; Crônica do amor não vindo”. Com esse repertório nobélico de uma direção a um “Oscar”, da poesia, não é fantasia, nem ilusão. “São fatos nascidos, de um coração ferido, batendo descompassado, mas embelezado por essa obra prima que exprime um amor paterno”. “Na minha astuta esperança, desejo sempre a lembrança de um dia ter lido e comentado - A ilusão do Eterno”. Parabéns, Waldir Rodrigues, podes não ser uma rocha, mas és um carvalho alto e potente que alegra a gente com suas aposições coloquiais, belas e eternas como “A Rosa do Nunca Mais”.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 18/01/2008
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