OLHOS NEGROS

Quantas saudades de teus olhos tenho

Quando, na rua, vejo negros olhos.

Carrego pela vida o triste lenho

Entre os espinhos e “zilhões” de abrolhos.

Mas, sigo em frente, e reto me mantenho,

Curtindo, d’alma, nos cruéis refolhos

Quantas saudades de teus olhos, tenho

Quando, na rua, vejo negros olhos.

Esses olhos esplêndidos, desenho,

E nas horas amargas os desfolhos

Pra despertar-me o tímido canhenho

E eu lembrar-me de vez desses teus olhos

Quantas saudades de teus olhos tenho!