A onda
 
               
Como um vestido de noiva radiante
Desfila pela nave no arrebol...
E sobe os degraus, bela e espumante
E desmancha-se em cada pôr-do-sol.
 
As angústias desse imenso mundo
Imerge-as com os tristes desenganos...
No abismo sombrio e profundo
Das águas escuras do oceano.
 
Os corpos que colhem a luz que flui
Mergulham no sal de águas azuis...
Enquanto no incessante marulhar
 
A onda na areia derruba sonhos
E fecha portas com olhar tristonho
É noite... É silêncio – volta ao mar!