ALFAZEMA TORPE
Teu riso evidencia mi’a tristeza...
E a desgraça que já pressinto encarna,
quando visto esse trauma em gentileza
que dói, corta, mutila e enfim, descarna.
A alfazema que paira no ar, torpeza,
coça mais que qualquer viscosa sarna.
Chega devagar com muita estreiteza
e dominando o espaço reencarna...
Em meio a tanta fúria e rudeza
como consegue, ainda assim, esperar,
mesmo que apenas sã delicadeza?
Nem é desprezo, mas pra alinhavar
o que não tem mais jeito, e é certeza,
nada adianta agora, o perfumar.