Minha Doce Flor que não és Minha
Minha doce flor que não és minha,
Tu pensaste que posso assim viver,
Dos favores que sempre hei de fazer
P’ra ti sem hesitar?
Deixas que eu te regue. Mas não queres
Que eu veja como vais, esplendorosa,
Crescendo forte muito mais que a rosa,
Mais alva que o luar?
Vinte outonos há que espero alguém.
Mas sempre desejei as belas flores
Que nunca ousei tocar, e sempre em dores
Fiquei em castidade.
Tens meu coração mas tu não penses
Que teu amor e tua paixão exoro.
Percebe que se calmo sofro e choro
É que amo de verdade.
Vê que não te peço nada em troca.
Mas vê também que sofro cada vez
Que me magoas, mais e mais — não vês?
Mas hei de perdoar.
Queiras que eu te não chame de ingrata.
Vãmente eu me detenho em tua presença.
Se nunca expresso qual é mi’a doença,
Não sei o que é amar.