Soneto Dote

Longe do sacrifício,inútil e estéril

Do braço que fere, ao sublime aconchego

Do holocausto,a paciência, o sossego

Da indiferença, ao afeto precedente

Mas ao que retrata, não dirá compaixão,

Tal quanto ao medo se dê a estrutura,

Que a nua imagem grega seje rasurada,

Se não for sóbrio o toque que me afaga

Que não se manifeste o suplício,

E quão pouco, seu mortificante efeito agrade

Pois se tornará transparente toda a incerteza

Porque os olhos são autores da verdade,

A realeza do amor, inimiga da astúcia

E é então o mar de dúvidas transborda o princípio sem fim.