Contrastes XIV

Presentes na memória, nada mais,

a paz e a alegria de outrora;

agora, triste guerra, infinda dor,

a mortandade atroz, pungentes ais.

Mirabolantes guerras de potências,

ciências a serviço do terror,

e o amor, aquele amor de antigamente,

ausente, só a dor na consciência.

E eu no mundo, tonto, qual pião,

sem pão para alimento, sem guarida,

sem vida interior, cambaleante,

um ser sem perspectiva, um traste,

contraste... que contraste?! Com esse mundo?

o mundo em minha volta, estonteante?