Medindo a Minha Idade

Sou tão jovem e tão velho ao mesmo tempo,

Que nem sei te dizer o tempo exato:

É cem anos, tem meu medo abstrato,

Ou é cinco, que tem meu conhecimento.

E sem saber exatamente se sou jovem,

De repente tal criança me contento,

Mas as contas atrasadas - um tormento,

Aos poucos a inocência me consomem.

E sem saber se assim sou tão idoso,

Com problemas que não tem mais solução,

E sem coragem de entender essa vaidade,

Penso que talvez, mais horroroso,

Que a dúvida a sangrar meu coração,

É medir em contas pagas minha idade.

Lupo
Enviado por Lupo em 09/04/2006
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