Medindo a Minha Idade
Sou tão jovem e tão velho ao mesmo tempo,
Que nem sei te dizer o tempo exato:
É cem anos, tem meu medo abstrato,
Ou é cinco, que tem meu conhecimento.
E sem saber exatamente se sou jovem,
De repente tal criança me contento,
Mas as contas atrasadas - um tormento,
Aos poucos a inocência me consomem.
E sem saber se assim sou tão idoso,
Com problemas que não tem mais solução,
E sem coragem de entender essa vaidade,
Penso que talvez, mais horroroso,
Que a dúvida a sangrar meu coração,
É medir em contas pagas minha idade.