Coragem
Não me basto, assim diria o poeta.
Não me entendo, como digo agora mesmo,
Não me iludo, estou no mar perdido a esmo,
Mas não me movo, nesta vida tão incerta.
Levo a ferro, cada erro que cometo,
Lavo a seco, cada lágrima que forma,
Lava quente, uma angústia que transforma,
Leve e árduo esse triste meu soneto.
Se há vida nesta vida miserável,
E é comprida esta estrada sem miragens,
E se é vivida cada dor que tenho agora:
Há em mim uma sede insaciável
Perceber nessa estrada as paisagens
Aprender com cada dor que me apavora.