Coragem

Não me basto, assim diria o poeta.

Não me entendo, como digo agora mesmo,

Não me iludo, estou no mar perdido a esmo,

Mas não me movo, nesta vida tão incerta.

Levo a ferro, cada erro que cometo,

Lavo a seco, cada lágrima que forma,

Lava quente, uma angústia que transforma,

Leve e árduo esse triste meu soneto.

Se há vida nesta vida miserável,

E é comprida esta estrada sem miragens,

E se é vivida cada dor que tenho agora:

Há em mim uma sede insaciável

Perceber nessa estrada as paisagens

Aprender com cada dor que me apavora.

Lupo
Enviado por Lupo em 09/04/2006
Código do texto: T136269