Cão Vadio

Hoje eu vi um cão vadio

pensei: - como é feliz o cão!

não se preocupa com o curso do rio

tampouco com a sua precipitação

Come das migalhas nas latas de lixo

quando aparece um gato, o persegue

não tem um lar, um ponto fixo

pouco importa se o diabo o carregue

Queria ser como o cão

mas o irônico destino me fez humano

e botou em meu peito um vil coração

Alma, negra é sua cor

peito, podre senzala onde abriga...

coração, escravo eterno da dor

Obs: Soneto incluso na 28ª Antologia de poemas da CBJE - Câmara Brasileira de Jovens Escritores - http://www.camarabrasileira.com/pc28.htm - Publicado em Julho de 2006

Heli de Abreu
Enviado por Heli de Abreu em 15/04/2006
Reeditado em 09/05/2007
Código do texto: T139750