Múmia
 
 
      Deslizam as ondas no tapete do mar
      Correm pressurosas à procura da areia
      Antes que regresse apressada, a maré-cheia
      Afoita e impaciente por tudo abraçar.
 

      Dança da natureza em que perde o olhar
      Despojada de sentimentos ou ideias
      Pondo de lado imagens absurdas, feias
      Como as do corpo, que quer, e não pode amar.
 
 
      Vai mordendo a língua ao desejo que a consome
      Enfaixa a sua libido, dela faz uma múmia
      Amordaça o estômago, desta sua fome.
 
    
     Agora, também ela se transforma em múmia
     Dona de um corpo frio, onde o desejo dorme.
     Sonhando com outra vida, a esta?! Resume-a!
 

Lucibei
Enviado por Lucibei em 25/01/2009
Reeditado em 20/02/2018
Código do texto: T1403679
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