Divino afago

Eu que andei com o pensamento vago,
Por tanto tempo nesta vida dura.
Mas como cisne peregrino em lago,
Tu me livraste desta desventura.

E foi divino o teu divino afago,
Que a minha alma foi levada à altura!
Como suspensa pela mão dum mago,
Tu me adornaste em divinal ternura.

Trouxeste o olor da flor que necessito.
Este que o tempo, nunca, nunca quebra,
E que é bem maior que o próprio infinito.

Enfim, teu nome em mim está descrito,
Como a canção que o coração celebra;
Como oração que abranda nosso espírito.