Folha morta

Na pálida ilusão de vê-la um dia
Me pus a espreitar a tua janela
Se um rosto de mulher me aparecia
Suspirando feliz eu dizia: É ELA!

Porém, tua janela jamais se abria.
E minha emoção não é mais aquela
Que antes, no meu olhar se via,
Hoje é só uma folha morta, amarela.

Não me espanta a dor, nem a surpresa.
Sou apenas mais um ser que não espera
Por ti, pra confortar a grande tristeza.

Nem, a, aparente calma de um outono.
E a alegria que me sorri na primavera;
A minha vida desfaz-se neste abandono.



Pelotas: 11 / 07 / 2009-07-11