O MENINO
Olhava para o chão e via a planta
Vivendo em seu mantô esmeraldino,
Olhava para o céu, na noite santa,
E via as luzes mil do astral divino.
Olhando o mar, o abismo se agiganta
Num inferno ondulante em torvelino,
Soltou o grito preso na garganta
Aquele ingênuo e tímido menino
E correu para os braços da mãezinha:
—O mar é mau, é a víbora daninha
Que me quer agarrar pra seu regalo.
—Calma, filhinho, o mal não nos procura.
E a mãe beijou o filho, com ternura:
—Nós é que sempre vamos procurá-lo.
Lucan
Enviado por Lucan em 06/06/2006
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