SINGELEZA                   
   
                        


Oculta em seu jardim, a violeta afirmava
sentir-se bem feliz naquela solidão
e sempre mui sozinha a dor imaginava
daqueles que na vida amam só projeção.

Fitando cada flor, jamais desanimava
ao sentir seu tamanho e o roxo da paixão,
que a muitos traz angústia; e em lágrimas ficava
vendo tanto amargor, sem nenhuma razão.

Mal sabia a florzinha, espargindo humildade,
que a tantos dava só enorme dignidade,
procurando apagar as formas de grandeza,

a lembrar que na vida apenas um caminho
nos leva sempre a crer que, pleno de carinho,
o homem será feliz amando a singeleza.


                                                      (Soneto alexandrino)


Alda Corrêa Mendes Moreira
Enviado por Alda Corrêa Mendes Moreira em 17/06/2006
Reeditado em 01/03/2009
Código do texto: T177213