RASGANDO O VERSO

Anseio vagabundo que esfarrapa

quando o lirismo me veste essa capa

tentando pôr um fim nos meus queixumes.

Quem sabe acho uma luz nos vaga-lumes?

Mas, o que era pra acobertar destapa.

E a poesia se derrama e empapa

do amargo que a poetisa abocanha

nesse carretel que aqui se emaranha.

Sinto o coração suando zurrapa,

e mi’as artérias virando papa,

toda a vez que a fé me desacompanha...

Mas, sei que posso sair dessa lapa

se prosseguir sempre nessa artimanha:

Rasgando o verso quando a rima arranha!

Tânia Regina Voigt
Enviado por Tânia Regina Voigt em 17/09/2009
Reeditado em 16/01/2015
Código do texto: T1816195
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