Solidão de Espírito *

No ar um dilacerante grito de revolta

Das árvores estraçalhadas e dos rios envenenados

Até a cachoeira secular está morta

A águia, o Mico-Leão-dourado... tudo acabado...

Em nome do progresso fizeram (e fazem) tudo isto:

Um progresso árido... cadê pela Natureza o respeito

O holocausto da fauna e da flora está visto

E voltar atrás já está ficando tarde; quase sem jeito.

Então, pelo amor de Deus, parem as máquinas,

Os machados, enfim, as serras elétricas!

E reflitam sobre estas cenas tétricas...

Sem esses animais, sem essa Natureza...

O homem, pobre e miserável homem,

Também perece numa solidão de espírito, que o consome.

*Poema premiado em 3º lugar no Concurso de Poesia

(Troféu) Jornalista J. Leite Sobrinho - 1990

André Filho Guarabira
Enviado por André Filho Guarabira em 26/06/2006
Reeditado em 13/10/2023
Código do texto: T182642
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