Solidão de Espírito *
No ar um dilacerante grito de revolta
Das árvores estraçalhadas e dos rios envenenados
Até a cachoeira secular está morta
A águia, o Mico-Leão-dourado... tudo acabado...
Em nome do progresso fizeram (e fazem) tudo isto:
Um progresso árido... cadê pela Natureza o respeito
O holocausto da fauna e da flora está visto
E voltar atrás já está ficando tarde; quase sem jeito.
Então, pelo amor de Deus, parem as máquinas,
Os machados, enfim, as serras elétricas!
E reflitam sobre estas cenas tétricas...
Sem esses animais, sem essa Natureza...
O homem, pobre e miserável homem,
Também perece numa solidão de espírito, que o consome.
*Poema premiado em 3º lugar no Concurso de Poesia
(Troféu) Jornalista J. Leite Sobrinho - 1990