NADA CONSTA


Nada consta na hora só e amanhecida
que lenta vagueia em lamentos-anseios,
na eterna solidão, prenha-enegrecida
arquitetando vazios partidos ao meio.

Nada revela o silente tempo ondulante
sobre as saudades que navegam neste peito,
o porquê da lágrima quente e oscilante
no olhar inquieto, que turva contrafeito.

Nada conta a alma presa ao abandono,
corpo que vive só na contramão das verdades,
adormece a essência em pesado sono!

Nas lições que aprendi, nada conta ou consta
que o cerne da vida seja luz reprimida
ou que a felicidade, já nasce pronta...


2009
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 21/10/2009
Código do texto: T1878527